Vanessa Fogaça Prateano na Gazeta do Povo
Tão grave quanto os números sobre estupro no Brasil (foram 5.312 casos apenas no primeiro semestre de 2012) e em Curitiba é o tratamento dado às mulheres que sofrem este tipo de crime. Falta de estatísticas, rede de atendimento falha ou inexistente, preconceito e falta de preparo dos profissionais que atendem aos casos são alguns dos problemas encontrados em todo o país pela CPMI da Violência contra a Mulher, que encerrou diligências em dezembro e deve apresentar relatório em março.
Em Curitiba, os números falam por si: de acordo com o Conselho Nacional de Justiça e a Secretaria de Políticas para as Mulheres, deveria haver cinco delegacias e dois Juizados de Violência Doméstica e Familiar na capital, mas há apenas um órgão de cada tipo. Em todo Paraná, existem 16 delegacias da mulher.
“Curitiba só tem um abrigo (para mulheres), uma delegacia. Eu mesmo já encaminhei duas pessoas à delegacia, que voltaram sem conseguir fazer a denúncia”, conta a historiadora e professora da Facinter Máira Nunes.
Por fim, existe ainda o preconceito de gênero e o machismo que alimentam o ciclo de violência. “Há uma ideia de que o homem é o proprietário do corpo da mulher. Quando ela se recusa a aceitar isso, ele comete crimes tão bárbaros como esse”, diz a advogada Leila Linhares Barted, coordenadora-executiva da ONG carioca Cepia, que trabalha com vítimas de estupro.
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