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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

[Internação Compulsória de Dependentes Químicos] Alckmin aposta em programa como vitrine eleitoral

Com projeto de reeleição em 2014, governador procura marca na Saúde para se contrapor ao candidato do PT

Gustavo Uribe no Globo


São Paulo - De olho nas eleições de 2014, quando deve disputar um segundo mandato consecutivo, o governador Geraldo Alckmin tem apostado no programa de internação compulsória de dependentes químicos, que entrou em vigor esta semana, como uma iniciativa de sua gestão com potencial de fazer frente ao PT na disputa estadual.

Nos últimos dias, o tucano tem pedido a assessores que acompanhem de perto a iniciativa, no Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), e solicitado informações atualizadas de atendimentos e internações. Ontem, depois de a iniciativa receber críticas pela demora na liberação de vagas, o governador de São Paulo fez uma visita surpresa ao local e anunciou a oferta de novos leitos.

A iniciativa do governo de São Paulo tem esbarrado na burocracia do próprio governo estadual e na incapacidade para dar conta do número de pessoas que procuram ajuda para parentes e amigos. Com a provável candidatura pelo PT do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, o esforço tem como objetivo fazer um contraponto ao Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, do governo federal.

- Esta será, sem dúvida, uma marca corajosa. Ela vai mostrar que o governo de São Paulo cuida de verdade do cidadão - afirmou um aliado.

A intenção do Palácio dos Bandeirantes é ter uma bandeira social que faça frente ao discurso do PT de erradicação da pobreza e combate à fome. A divulgação do programa estadual também tem como objetivo minimizar os resultados da Operação Centro Legal, bastante criticada por setores da sociedade por não conseguir acabar com a chamada cracolândia, na região central de São Paulo. 

Em conversas reservadas, no ano passado, após a derrota de José Serra na capital paulista, Geraldo Alckmin reconheceu que a disputa em São Paulo não será fácil, uma vez que, além do peso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele terá de enfrentar duas máquinas: a federal e a municipal.

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