1 - Quando um serviço hospitalar em estado de "coma" administrativo resolve adotar a "solução mágica" que consiste em "fechar o Pronto Socorro", está assumindo que o passo seguinte será a assinatura do Atestado de Óbito da instituição.
2 - Se você está a beira do abismo, a última pessoa com quem você vai romper, é aquela que paga as suas contas...
3 - Se eu tenho dinheiro para receber de alguém e este dinheiro depende de MINHA prestação de contas e eu não procedo a esta prestação, estarei sendo no mínimo irresponsável com as pessoas que dependem de mim.
Estimado Mario, excelente síntese da "Introdução ao treinamento básico em gestão hospitalar". Se vc me permite me arvoro numa reflexão mal elaborada e que vem das produndezas de minha mente esquisita, que insiste em acreditar que tais "gestores" não estão nem aí com coisa alguma além dos seus próprios umbigos.
ResponderExcluirMarx, em O Capital, sabiamente já nos ensinou sobre as idiossincrasias da Medicina do final do século XIX que cabe milimetricamente aos tais gestores, sua medicina e seu (des)compromisso com qualquer coisa que não seja espelho. Disse o "velho" Marx: "A medicina vai bem, mas o doente vai mal. Qual o segredo profundo desta ciência original? É banal: certamente não é o paciente que acumula capital".
Da lição aprendida de Marx tiro que o Hospital vai mal, talvez não acumule capital, mas as equipes - especialmente de algumas áreas bastante rentáveis e terceirizadas - vão muitíssimo bem, obrigado! Hemodinâmica, vai mal? TMO, vai mal? Diálise, vai tão mal? Transplantes em geral, vão mal?
A segunda lição que a "intercorrência" sucita é que os gestores privados, invariavelmente dependentes do SUS, sempre utilizaram muito bem seus mecanismos de pressão com sucesso, mesmo que seus intentos sejam pouco ou nada relevantes para a cidade e para os cidadãos. Creio que o sucesso de tais mecanismos de pressão são diretamente proporcionais ao perfil dependente, fraco e amistoso do gestor público.
É necessário que os prestadores, que dependem do SUS e sob sua norma devem atuar, pois não nos vendem televisores ou carros, vendem procedimentos e conhecimentos que buscam guardar vidas, sejam doutrinados lentamente, como "cães" - sem ofensa aos gestores e aos cães - a negociar em outras bases, mais claras, mais transparentes e mais justas, como parceiros, lembrando que um lado da parceria representa o interesse de todos os curitibanos, legítimo. A outra parte defende o interesse da instituição hospitalar e dos seus trabalhadores, muitas vezes também de forma legítima, mas inferior ao primeiro.
Parcerias dependem de relações minimamente decentes e cumprimento de normas elementares pré-estabelecidas na relação entre as partes.
Um abraço, mas acho que o SUS Ctba é muito dependente de alguns prestadores privados, o que nos coloca na parede a todo momento. Parece-me que pensar em estatização do complexo é irreal, mas é urgente que sejam erigidas novas formas de relação.
Antonio C Nascimento (SMS Ctba).