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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Aberração! De olho no "curral" da Primeira Dama, governo do PR quer oficializar calote trabalhista das ONG's

Projeto permite convênio com ONGs que têm dívidas

na Gazeta do Povo

A Assembleia Legislativa aprovou ontem, em primeira discussão, o projeto do governo do Paraná que muda uma lei estadual e facilita a assinatura de convênios de repasses de dinheiro do estado para organizações não governamentais (ONGs). A proposta exclui a necessidade de as ONGs apresentarem declaração negativa de débitos com a Justiça do Trabalho para assinar convênios com o Executivo.
Na justificativa do projeto, o governador Beto Richa (PSDB) cita a necessidade de mudança na lei para firmar acordos e convênios de ONGs com a Secretaria Estadual da Família e Desenvolvimento Social, chefiada pela primeira-dama, Fernanda Richa. O argumento é que inúmeras entidades do terceiro setor, sem fins lucrativos, foram impossibilitadas de firmar convênios com a administração pública e de receber recursos públicos pela falta da certidão negativa. “Essas entidades enfrentam dificuldades materiais e podem ficar à mercê de demandas judiciais”, diz um trecho da proposta.
A justificativa, porém, não convenceu a bancada de oposição, que votou contra a matéria. Para o líder do grupo, Tadeu Veneri (PT), a proposta é inconstitucional, por retirar direitos dos trabalhadores garantidos por lei. “Apesar de todo o mérito que o projeto possa ter, não se pode pegar um caso isolado de uma ONG com dificuldades para embasar a medida. Temos de fazer o debate como um todo”, defendeu. “Nesse sentido, o trabalhador não pode sair prejudicado. Com a aprovação do projeto, uma ONG com débitos trabalhistas vai deixar de se preocupar, porque sabe que isso não vai mais trazer consequência alguma para ela.”
Defesa
Já para a diretora executiva da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong), Vera Masagão Ribeiro, o projeto do governo do Paraná diminui os entraves para as entidades do terceiro setor firmarem convênios com o estado.
“As ONGs não podem ser impedidas de firmar convênios com o poder público antes que as ações trabalhistas sejam julgadas”, afirma. “Claro que as entidades têm de cumprir à risca a legislação trabalhista. Mas hoje existem leis federais que impedem, por exemplo, que funcionários de ONGs sejam pagos com dinheiro público, o que acaba, nesse caso, gerando fragilidade nas relações trabalhistas.”

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