no Blog do Bemvindo Sequeira
Gostaria de fugir do lugar comum, porém não há como deixar de registrar a data de hoje como a da Proclamação da República.
Hoje comemora-se 125 anos do Golpe Militar que depôs o Imperador e pôs fim ao Império Brasileiro.
Volto a dizer que conhecemos muito mais da História dos EEUU que da nossa própria História Nacional.
Poucos dias antes do dia 15 correu pela Capital do Império o boato de que o Marechal Deodoro estava preso.
Deodoro estava na verdade acamado, doente, alquebrado, quase não conseguiu montar no cavalo para ir ao Campo de Santana proclamar a república. A dispneia, outra de suas enfermidades, levou-o à morte três anos depois.
Mas o boato de que estaria preso fortaleceu a conspiração militar.
Uma semana antes o Clube Militar havia se decidido pela República.
O Brasil era uma Monarquia Constitucionalista Parlamentarista, ou seja : o Imperador era praticamente um cargo decorativo. Apeá-lo do Poder não mudaria em nada os destinos do Brasil.
Os problemas eram muito mais profundos que a existência de uma Família Imperial.
E estes problemas mais profundos, resolvidas a Questão Religiosa, a Questão Militar e a Questão Abolicionista, pouco se avançou que diferenciasse uma forma de governo da outra na estrutura brasileira.
Os problemas como a dívida externa, a inflação, as desigualdades sociais, a baixa cidadania, a ampliação do mercado de trabalho e o desenvolvimento de novas forças produtivas desenvolveu-se capengando, com remendos e pequenas providências aqui e ali.
Talvez possamos afirmar que somente com o advento da democracia após findo o Poder de outro Golpe Militar - 1964 - pôde o Brasil desenvolver um projeto melhor e mais estável de Nação.
O que não desmerece a industrialização de São Paulo, as Leis Trabalhistas, a Petrobrás e a Siderúrgica Nacional, entre outras conquistas do século XX.
A princesa Isabel, herdeira natural do trono faleceu em Paris, em 1921. sabemos muito pouco como sobre ela. Muito pouco como se comportaram os monarquistas após o Golpe de 1989...sabemos quase nada da nossa História fora dos círculos de teses de Mestrado.
O cinema, a literatura e o teatro brasileiros tem essa dívida com a nossa memória: permitir que o nosso povo conheça melhor a nossa História que a História de outros países.
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