TCU: falta pessoal em 81% dos hospitais brasileiros
E sobram pacientes. Levantamento mostra que apenas 6% das instituições do País não enfrentam superlotação
no SaudeWeb
Diagnóstico feito pelo Tribunal de Contas
da União (TCU) mostra que a constante falta ao trabalho dos
profissionais de saúde provoca impactos substanciais na prestação de
serviços hospitalares. O levantamento também aponta que apenas 6% dos
hospitais não têm problemas de superlotação, e que 64% das unidades de
saúde sempre estão com o número de pacientes maior do que a lotação
máxima. Em 81% dos hospitais, o principal problema é a falta de
profissionais.
O tribunal fez o levantamento em 116 hospitais públicos de todos os
estados brasileiros, que concentram pouco menos de 9% dos leitos da rede
pública de saúde, e aponta para um desequilíbrio entre o número de
médicos das capitais e das cidades do interior. Enquanto nas primeiras
há 4,56 médicos por mil habitantes, nas pequenas cidades a proporção é
de pouco mais de um médico por mil habitantes.
Outro problema grave, apontado no diagnóstico do TCU, é o atendimento
de pacientes com baixa gravidade nas unidades de urgência ou de
emergência. Dos gestores entrevistados, 58% disseram que metade dos
pacientes com atendimento especial poderiam ter os problemas resolvidos
na atenção básica.
Também foi levantado pelo tribunal que 73% dos gestores dos hospitais
analisados acham que a estrutura do seu local de trabalho é inadequada
parao atendimento. Além disso, 23% dos hospitais têm equipamentos de
alto custo subutilizados ou sem uso, devido à estrutura do imóvel.
Além disso, a auditoria também mostrou que o aumento de demandas
judiciais, com o objetivo de garantir medicamentos e procedimentos que
não estão previstos no Sistema Único de Saúde (SUS), tem trazido
preocupação aos gestores da saúde municipal, estadual e federal, pois,
muitas vezes, “essa interferência despreza fluxos e protocolos
existentes, impõe a realização de tratamentos extremamente onerosos e
resultam em inversão de prioridades nos gastos com medicamentos, com
grave impacto na programação anual de saúde”.
De acordo com o TCU, na esfera federal,
os gastos com medicamentos e insumos para cumprimento de decisões
judiciais passaram de R$ 2,5 milhões, em 2005, para R$ 266 milhões no
ano de 2011.
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