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quarta-feira, 19 de março de 2014

CFM apoia Campos, mas exige "o retorno dos médicos estrangeiros para seus países de origem"

Presidente do Conselho Federal de Medicina indica apoio a Campos

Diante da insatisfação da categoria com o Programa Mais Médicos, Roberto Luiz D´Avila afirmou que governador de Pernambuco 'é parceiro'

no Estadão

João Pessoa - O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d'Avila, disse nesta quarta-feira, 19, em João Pessoa (PB), que possivelmente fechará apoio em favor da candidatura do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) nas eleições presidenciais deste ano.

"Eduardo Campos é parceiro e mantém o diálogo, bem diferente da atual presidente Dilma Rousseff, que além de não conversar acabou mentindo durante o processo de implantação do programa Mais Médicos e vetou o Ato Médico, após 12 anos de tramitação no Congresso Nacional", disse Roberto Luiz d'Avila.

O governador Eduardo Campos adiou a ida ao I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina, que acontece em João Pessoa até a próxima sexta-feira, 21, reunindo cerca de 250 médicos membros dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina de todo o País. O secretário de Saúde de Pernambuco, Antônio Carlos Figueira, foi enviado como representante na abertura, nesta quarta-feira.

O presidente do CFM disse que as regras para fechar o compromisso de apoio nas eleições são claras: "a reabertura de novos concursos públicos pelo SUS, aprovação do Plano de Carreira e Salários e o retorno dos médicos estrangeiros para seus países de origem. Queremos médicos brasileiros qualificados e com salário digno", afirmou.

Mais Médicos.Segundo Roberto Luiz d'Avila, o programa Mais Médicos continua uma 'enrolação' em benefício de um projeto de poder de reeleição do governo atual. "Os médicos estrangeiros ganham menos, são explorados e com apenas 2.800 horas de formação estão aprendendo aqui no Brasil", criticou.

Ele ainda disse que governo quer formar 30 mil médicos por ano com hospitais universitários sucateados e escolas inadequadas. "A ideia central é encher todos os lugares de médicos, mas onde fica a qualificação? Estamos preocupados com a responsabilidade e formação médica", disse.

Desde sua criação, em 2013, o programa tem sido alvo de duras críticas de entidades médicas. Em agosto do ano passado, o CFM chegou a organizar uma campanha contra a iniciativa. "Vamos lutar, inclusive esclarecendo a população que se trata de uma farsa, que ela é apenas um engodo porque não faltam médicos no Brasil", afirmou Roberto D'Ávila na época.

Com a grande aprovação do programa pela população, as entidades diminuíram o tom, mas decidiram entrar com ações na Justiça questionando o modelo de contratação dos médicos estrangeiros após a desistência de alguns médicos cubanos do programa.

No evento, os conselhos federal e regionais de Medicina discutiram a aprovação do Exame Nacional Médico, modelo aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil. O processo do exame, ainda em fase de discussão, propõe provas de avaliação ao longo do curso e no final da conclusão do médico.

Comentário: Para o presidente do CFM 45 milhões de brasileiros, que não tinham acesso a médico e agora são atendidos, viraram "moeda de troca" para apoio eleitoreiro.
Acusa o Mais Médicos de "enrolação", mas passa a mão na cabeça da turma dos dedos de silicone e dos fraudadores de plantão.
Esquece de dizer que foi aberta a oportunidade para médicos brasileiros - que a recusaram - antes de chamar os estrangeiros.

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