RIO — Não era a primeira vez que o cotidiano daquelas mulheres especiais era exibido na tela grande. Mas, mais uma vez, a história contada no documentário "Um dia especial" foi acompanhada por lágrimas. A sessão, na tarde desta quinta-feira, no Sesc Tijuca, reuniu sete das dez protagonistas do filme, mães cujos filhos foram diagnosticados com algum tipo de transtorno neurológico. Reuniu ainda familiares e amigos do Centro de Estimulação e Psicopedagogia (Criart), que encerrou o ciclo de atividades do Sesc dedicado ao mês das mulheres.
O longa-metragem, lançado em setembro no festival Assim Vivemos, do Centro Cultural Banco do Brasil, mostra em 80 minutos o ponto de vista das mães dessas crianças. Mergulha nos dramas, dores e alegrias das famílias que, subitamente, se veem obrigadas a conviver com problemas que vão afetar para sempre a capacidade de comunicação e interação social de seus filhos.
Filho de uma psicóloga e de um neurologista, o diretor, Yuri Amorim, de 26 anos, aproveitou a bagagem familiar para discorrer sobre o tema com sensibilidade. E conta que a ideia, nascida com a ajuda de Andréa Apolônia, uma das protagonistas, era combater estereótipos e preconceitos compartilhando um universo desconhecido para alguns:
— Queríamos ir além, trazendo o público para dentro da rotina dessas famílias.
O caminho a percorrer ainda é longo, mas a originalidade da proposta e a qualidade do trabalho já abriram caminhos. Patrocinado por uma agência japonesa, a Jica, e pela Faperj, o longa já foi exibido no Piauí, em Brasília e no Japão. Agora, Yuri negocia a exibição do longa com canais de TV. E já tem em vista um novo projeto: uma série televisiva na qual mostrará Brasil afora o que encontrou no Rio.
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