no Brasil de Fato
Reprodução/Youtube
Luís Carlos Heinze (PP-RS) voltou a desqualificar e ofender índios, homossexuais, negros e sem terras; ele já havia sido filmado afirmando que índios, quilombolas, gays e lésbicas são "tudo que não presta”
Um novo vídeo, datado de 07 de dezembro de 2013, mostra mais um discurso de ódio feito pelo deputado Luís Carlos Heinze (PP-RS). Durante um leilão realizado em Campo Grande (MS), no intuito de arrecadar recursos para a contratação de seguranças para fazendas do estado, ele voltou a desqualificar e ofender índios, homossexuais, negros e sem terras.
"(...) tem no Palácio do Planalto um ministro da presidenta Dilma chamado Gilberto Carvalho que aninha no seu gabinete índios, negros, sem terra, gays, lésbicas; a família não existe no gabinete deste senhor”, declarou o deputado ruralista.
Esta não foi a primeira vez que Heinze teceu comentários preconceituosos e agressivos contra essas minorias. No mês de novembro, ele já havia sido filmado afirmando que índios, quilombolas, gays e lésbicas são "tudo que não presta” e que também estão aninhados no gabinete de Gilberto Carvalho.
A declaração aconteceu durante audiência pública da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados sobre a demarcação de terras indígenas em Vicente Dutra, no Rio Grande do Sul.
Na mesma audiência pública, o também deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) estimulou os agricultores a contratar segurança privada para proteger suas propriedades e expulsar índios das terras que consideram como suas.
"Nós, os parlamentares, não vamos incitar a guerra, mas lhes digo: se fartem de guerreiros e não deixem um vigarista desses dar um passo na sua propriedade. Nenhum! Nenhum! Usem todo o tipo de rede. Todo mundo tem telefone. Liguem um para o outro imediatamente. Reúnam verdadeiras multidões e expulsem do jeito que for necessário”, diz o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS). "A própria baderna, a desordem, a guerra é melhor do que a injustiça”, defende.
O primeiro vídeo repercutiu tanto e tão negativamente que no último dia 12 de fevereiro Heinze se explicou em seu perfil em uma rede social. Também por meio de um vídeo ele afirma que seu discurso veio no calor do momento, mas que não é racista nem homofóbico e pede desculpas à comunidade homossexual.
Ainda assim, uma comitiva de 40 indígenas Guarani, Guarani-Kaiowá e Terena, organizações de defesa dos direitos indígenas e quilombolas protocolaram, no dia 28 de fevereiro, uma representação à Procuradoria Geral da República (PGR) solicitando que os dois deputados sejam investigados. O documento solicita que os parlamentares sejam investigados por incitação pública e apologia ao crime, formação de quadrilha ou bando e racismo ou injúria qualificada.
Na semana passada, a Frente Parlamentar de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara também encaminhou à corregedoria da casa e à PGR representações contra os parlamentares. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa gaúcha também apresentou denúncia ao Ministério Público Federal contra Heinze.
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