Deve ser chato pra muitos dos meus amigos me ter no Facebook falando o tempo todo sobre a humanização do nascimento. Para muita gente parece bobagem defender o parto normal, afinal "o importante é que o bebê está bem".
É esse o pensamento de muitas mães convencidas de que a cesárea é ou foi a melhor alternativa: tenho medo da dor, não tive passagem, o bebê era muito grande, tinha circular de cordão, eu não dilatei, o bebê passou do tempo, não entrei em trabalho de parto, meu trabalho de parto durou muitas horas e não evoluiu, já fiz uma cesárea, o bebê está sentado, eram gêmeos... [E por aí vai um caminhão de justificativas]. A questão é: elas estão conscientes das reais indicativas para cesárea? As pessoas envolvidas no processo estão conscientes o suficiente para dar apoio efetivo a estas mulheres?
A ideia não é demonizar a cesárea, mas discutir e refletir sobre os índices alarmantes em que ela tem sido realizada no Brasil. Não somente isso, mas promover o conhecimento baseado em evidências sobre o parto, respeitar a autonomia da mulher e, mais que isso, disponibilizar no sistema agendas para a humanização do nascimento, do atendimento, do protagonismo da mulher. Porque enquanto o nascimento for um evento médico, onde ou se faz cesárea ou se faz um parto vaginal repleto de dor, terrorismo e intervenções, a mulher continuará sem escolha e sempre será guiada pelo caminho mais conveniente, geralmente pro médico.
Ninguém é menos mãe por escolher cesárea ou ter sido submetida à uma ainda que lá no início desejasse o parto normal. O importante é buscar conhecimento e fazer escolhas conscientes.
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