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quarta-feira, 14 de maio de 2014

A incrível saga de uma cag(*)ada por dia do (des)governo do Paraná: Sem pagar aluguel por um ano, PM pode ser despejada


imagem via Cicero Cattani

Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária está há um ano sem pagar aluguel da sede na Rua Chile. Corregedoria da Polícia Militar também pode ter de desocupar imóvel


na Gazeta do Povo



Sete dias depois de vir à tona a suspensão do serviço de correio nas polícias do Paraná, o Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária (Bpec) e a Corregedoria da Polícia Militar (PM) correm o risco de serem despejados de suas sedes por falta de pagamento de aluguel. A informação foi confirmada por policiais das próprias unidades, que estão com receio de não terem mais um local adequado para trabalhar.

“Ainda não fomos [despejados], mas estamos na pendura”, afirma um policial da Patrulha Escolar, que preferiu não se identificar. Além dessas duas unidades, policiais do Centro de Recrutamento e Seleção, localizado na região do Juvevê, na via rápida sentido Centro-Cabral, também podem ser despejados do imóvel.

Um funcionário da Bpec informou que o aluguel não é pago há um ano. Segundo ele, a proprietária do imóvel negou-se a renovar o contrato. Para tentar amenizar a situação, a Secretaria de Estado da Educação (Seed) ofereceu um espaço no colégio Newton Freire, no Atuba, mas o comando não aceitou por considerar muito longe. Até agora não foi informado quanto tempo os aluguéis das outras unidades estão atrasados.

“Enquanto isso, o governo gasta uma fortuna com papel e telefone quando poderia migrar para digitalização de documentos e uso de tecnologia voip [Voice over Internet Protocol - Voz sobre Protocolo de Internet] para a telefonia. Estamos atrasados 20 anos no Paraná em relação à gestão pública”, afirmou outro policial. A Corregedoria da PM fica localizada na Rua da Paz, ao lado do Mercado Municipal de Curitiba. A Bpec fica na Rua Chile, próximo a Rua Brigadeiro Franco.

Sucateamento

O sucateamento da Bpec aconteceu ao longo dos últimos, segundo relata um dos policiais. De acordo com ele, hoje, em Curitiba inteira, circulam quatro viaturas para atender todas as escolas municipais e estaduais da cidade. Segundo o policial, antes da PEC virar batalhão chegou a ter 22 viaturas. Ele relata que elas foram estragando e os policiais acabavam encostando os carros. Até agora não houve reposição. Os policiais da unidade estão ainda usando coletes balísticos vencidos, revalidados recentemente.

Falta de dinheiro

Não é de hoje que o governo do estado tem sofrido para cumprir pagamentos de serviços básicos para manter a estrutura policial. No fim do ano passado, a própria Secretaria da Segurança Pública do Paraná (Sesp) teve suas linhas telefônicas cortadas por falta de pagamento. Na semana passada, foi suspenso o serviço de correio das polícias por falta de pagamento, embora a Sesp esclareça que a dívida havia sido quitada e o próprio Correio dificultou o recebimento. Até esta segunda-feira (12), o serviço permanecia suspenso.

No começo de novembro do ano passado, também por falta de pagamento, não havia álcool para abastecer viaturas em Curitiba e na região metropolitana. Os problemas orçamentários incluíram, na época, o atraso no pagamento de salários a cadetes iniciantes do Curso de Formação de Oficiais (CFO) da Academia do Guatupê, que serve à PM. Além disso, atualmente, policiais militares não têm recebido por aulas na academia, nem o quinquênio [adicional por tempo de serviço] e indenização por remoção.

Outro lado

Após admitir em nota os atrasos, o governo do Estado voltou atrás e informou que a situação em torno do imóvel sede do Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária não envolve dificuldade financeira. De acordo com o coronel Lanes Randal Prates, trata-se de uma questão contratual que está sendo discutida com a proprietária do imóvel. “Essa questão de locação não passa pelo aspecto financeiro. O estado fez uma avaliação de mercado para renovação do contrato que venceu no último mês de fevereiro e a proprietária não aceitou nossos termos. Como estamos sem contrato, não podemos realizar os pagamentos enquanto a negociação perdurar”, afirmou.

Ainda de acordo com Prates, a distância entre o oferecido pelo governo e o pedido pela proprietária ‘não é significativa’. “Parece-me mais uma questão de intransigência da parte”, argumentou o coronel, que adiantou a realização de um novo encontro com o locadora. “Amanhã [quarta] chamarei essa senhora para verificar o porque desse movimento midiático e podemos achar uma solução. Se ela quiser desocupar [o imóvel], temos possibilidade de realocar o Batalhão de Patrulha Escolar em outro local”.

Sobre a situação do prédio que abriga a Corregedoria da Polícia Militar, a Secretaria de Segurança Pública informou que se trata de uma questão de prioridade administrativa.

"Tendo em vista que o aluguel não impacta na qualidade da segurança pública nem nos índices de criminalidade, a Secretaria da Segurança Pública optou por priorizar o pagamento das despesas relacionadas diretamente à operacionalidade de suas unidades vinculadas e ao atendimento à população. A Secretaria da Segurança Pública está saneando todas as contas pendentes e, nos casos específicos citados, o pagamento ocorrerá nos próximos dias, uma vez que o governo estadual tem dado toda a atenção necessária para as ações da Pasta", diz o texto divulgado pela Sesp.

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