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quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Enfrente o racismo no SUS: Ligue 136 e denuncie




por Conceição Lemes


No Brasil, infelizmente isto ainda acontece:

* uma mulher negra recebe menos tempo de atendimento médico do que uma mulher branca;

* enquanto 46,2% das mulheres brancas tiveram acompanhantes no parto, apenas 27% das negras utilizaram esse direito;

* 77,7% das mulheres brancas foram orientadas para a importância do aleitamento materno e apenas 62,5% das mulheres negras receberam essa informação.

Esses dados são do Ministério da Saúde. Eles revelam a expressão do racismo no SUS, comprovando que a população negra brasileira é vítima de discriminação racial também na assistência à saúde.

Para enfrentar essa situação, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Direitos Humanos lançaram, nesta terça-feira 25, uma campanha pioneira no País.

Com o slogan Racismo faz mal à saúde. Denuncie!, é um alerta aos profissionais de saúde e à população em geral . Ela busca envolver usuários e profissionais da rede pública de saúde na luta contra o racismo.Além disso, estimula as pessoas a não se calarem diante de atos de discriminação no SUS.

“Não podemos tolerar nenhuma forma de racismo”, enfatizou Arthur Chioro, ministro da Saúde, no lançamento da campanha. ”A desigualdade e o preconceito produzem mais doença, mais morte e mais sofrimento.”

Importante: o racismo não se apresenta necessariamente na forma de atitudes discriminatórias explícitas. Nos serviços de saúde, ele pode ocorrer na forma de linguagem codificada (violência simbólica) e negligência (indiferença diante da necessidade). Muitas vezes se manifesta em uma negativa do acesso, da informação adequada e do cuidado.

Por isso, todo ato de discriminação racial no SUS deve ser denunciado. Não se cale! Ligue para o Disque Saúde 136.

No Disque Saúde 136, você pode obter informações sobre as doenças mais comuns na população negra.

É o caso do diabetes tipo 2, que começa geralmente na vida adulta. A taxa de mortalidade é maior entre os que se declaram pretos e pardos. Ocorrem 63,2 óbitos a cada 100 mil habitantes. Já entre os se declaram brancos há 22,7 óbitos a cada 100 mil habitantes.

A anemia falciforme é predominante em negros, embora possa se manifestar em brancos. Trata-se de uma doença genética e hereditária, que se caracteriza por alteração nos glóbulos vermelhos, dificultando a passagem do sangue pelos vasos vasos sanguíneos menores.

A anemia falciforme pode ser diagnosticada já ao nascer através do teste do pezinho. Mãe, exija o exame ainda na maternidade!

Aliás, as taxas de mortalidade materna e infantil na população negra são muito acima das registradas entre mulheres e crianças brancas.

Dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde revelam que 60% das mortes maternas ocorrem entre mulheres negras e 34% entre as brancas. Lembre-se sempre: racismo faz mal à saúde. 
 
Não se cale. Denuncie. Ligue 136.

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