Médicos sem Fronteiras pede que farmacêuticas GlaxoSmithKline (GSK) e Pfizer abaixem preços: 'precisamos colocar saúde pública antes do lucro'
no Opera Mundi
O preço para vacinar uma criança hoje é 68 vezes maior em países pobres do que era há uma década, denunciou nesta quarta-feira (21/01) a MSF (Médicos Sem Fronteiras). Em relatório, a organização humanitária internacional critica a “sigilosa indústria de vacinas e a impressionante falta de dados” sobre seus preços.
“Por causa do custo astronômico das novas vacinas, muitos governos precisam fazer escolhas difíceis", diz consultora da MSF
Uma das principais afetadas pelo alto custo é a vacina contra a doença bacteriana pneumocócica, que mata aproximadamente um milhão de crianças por ano. Se vacinada, a criança é prevenida de contrair pneumonia, meningite e outras dez doenças. Além disso, a pneumocócica sozinha responde por 45% do custo total para imunizar uma criança durante sua infância, hoje, nos países mais pobres.
“O preço para vacinar uma criança por completo é 68 vezes mais caro do que há uma década, principalmente devido a um grupo de grandes companhias farmacêuticas que estão cobrando muito caro de países doadores e países em desenvolvimento por vacinas com as quais já ganham bilhões de dólares nos países ricos”, argumenta Rohit Malpani, diretor de políticas e análises da Campanha de Acesso de MSF.
De acordo com a ONG, países em desenvolvimento, como o Marrocos e a Tunísia, estão pagando mais do que a França pela vacina pneumocócica. Para evitar esse fenômeno, a MSF fez um apelo principalmente às companhias farmacêuticas GlaxoSmithKline (GSK) e Pfizer para que reduzam o preço desta vacina para US$ 5 por criança em países mais pobres.
“Por causa do custo astronômico das novas vacinas, muitos governos precisam fazer escolhas difíceis sobre as doenças mortais contra as quais podem pagar para proteger suas crianças”, critica Kate Elder, consultora de políticas para vacinas da Campanha de Acesso de MSF. “Nós precisamos colocar a saúde pública antes do lucro – vacinas que salvam a vida de crianças não devem ser um grande negócio em países pobres”, acrescenta.
Carlos Latuff/ Opera Mundi
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