via PMC
Usuários do transporte coletivo que passam pelo terminal do Cabral receberam nesta quarta-feira (21) uma cartilha da campanha “Busão sem abuso”, com orientações sobre como deve proceder uma pessoa que sofra ou presencie abuso sexual em ônibus. Lançada em novembro do ano passado, a campanha é realizada pela Secretaria Municipal da Mulher, Urbanização de Curitiba (Urbs) e os sindicatos das empresas de ônibus (Setransp) e dos motoristas e cobradores (Sindimoc).
O objetivo da campanha é encorajar vítimas e testemunhas a denunciar o abuso no mesmo instante em que for identificado. Os casos devem ser denunciados pelo telefone 153, da Guarda Municipal, ou então pelo 190, da Polícia Militar. A campanha já resultou em detenções de acusados de abuso, encaminhados pela Polícia Civil à Guarda Municipal, que está preparada para, assim que receber a denúncia, destacar uma viatura e interceptar o ônibus onde ocorreu a situação.
A secretária municipal da Mulher, Roseli Isidoro, ressalta que é preciso diferenciar abuso de um simples contato físico. Abuso é quando o contato físico ultrapassa o limite de um simples esbarrão e se torna uma situação incômoda e constrangedora para a mulher. “Ela se sente impotente e com muita vergonha de se manifestar, por isso a importância desta campanha, para mostrar que ela não está sozinha”, explica a secretária.
Para a campanha foram confeccionados cartazes e cartilhas com orientações, que estão sendo distribuídos em toda a frota de ônibus e terminais rodoviários, além de mobiliário urbano e busdoor. Também foram capacitados motoristas e cobradores do transporte público sobre como agir quando presenciarem situações de abuso nos veículos ou terminais rodoviários.
A recepcionista Magda Morgana Galvão, de 26 anos, disse ter sofrido abuso dentro do ônibus e só reagiu porque estava acompanhada do irmão. “Ele foi se aproximando cada vez mais, quando eu percebi ele estava com o zíper aberto. Chamei meu irmão e falei bem alto para todo mundo ouvir. O abusador sumiu assustado. Mas, se estivesse sozinha, ficaria com medo e não saberia o que fazer. Agora eu já sei pra quem devo ligar.”, conta.
Josiane Neves, de 53 anos, é missionária e defensora da causa. Sofreu abuso sexual dentro de casa quando era adolescente e hoje leva orientações para crianças e jovens. “A questão do abuso no transporte coletivo é muito séria, pois as mulheres se sentem coagidas e até culpadas. É preciso conscientizar a sociedade para defender a vítima e estimular que elas denunciem. O silêncio acaba incentivando os agressores a continuar agindo”, disse.
A campanha “Busão sem abuso” é realizada em parceria com Setransp, Sindimoc, e com o apoio da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar (CEVID), do Tribunal de Justiça do Paraná, da Polícia Civil e do Juizado Especial Criminal.
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