por Adriano Massuda* na Gazeta do Povo
No ano de 2014, Curitiba atingiu um marco de relevância incontestável para a saúde de sua população: a cidade obteve o menor índice de mortalidade infantil da história. Próxima de 7,7 óbitos para cada mil nascidos vivos, a taxa apresentou redução de 20% em dois anos, um indicador indiscutível de avanços no sistema de saúde do município.
Estudo tido como referência no assunto, publicado pelo Journal of Epidemiology and Community Health, confirma que o índice de mortalidade infantil é uma das medidas mais eficazes e precisas quando se deseja avaliar a saúde de grupos populacionais, uma vez que a taxa de mortes entre crianças de até 1 ano de idade capta também melhorias na saúde de outras faixas etárias. Em uma cidade como a capital paranaense, com histórico bem-sucedido e tradição de pioneirismo na saúde pública, o dado merece ser comemorado ainda mais. Entre os países das Américas, por exemplo, apenas Cuba, Canadá, Estados Unidos e Chile exibem índices inferiores ao registrado em Curitiba.
O resultado atual é consequência de um esforço coletivo e dos fortes investimentos que a gestão municipal vem destinando à saúde pública. O conjunto de ações adotadas pela Secretaria Municipal da Saúde vai desde a assistência durante o pré-natal, passa pelo melhor acompanhamento das gestantes de risco, o trabalho em câmaras técnicas junto às maternidades e culmina no cuidado com as crianças, especialmente no âmbito da atenção primária.
Entre 2013 e 2014, houve um aumento de 90% no número de atendimentos a cada gestante de risco – nesses casos, ocorrem hoje, em média, 17 consultas de pré-natal na rede pública de saúde. Além disso, eliminou-se a fila para iniciar o acompanhamento especializado quando há risco na gravidez. No início de 2013, 763 mulheres aguardavam até quatro meses pela avaliação; hoje, a espera não ultrapassa três semanas.
Paralelamente, a gestão municipal buscou maior aproximação com as maternidades curitibanas. Todas as semanas, as equipes da Secretaria da Saúde estabelecem contato com o corpo clínico e administrativo dessas instituições para avaliar processos de trabalho e indicadores assistenciais, a exemplo do índice de partos normais, que chega a 65% no âmbito do SUS Curitiba. Na Maternidade Bairro Novo, esse porcentual é de 78%. Ao assumir a gestão dessa instituição, em março de 2013, a prefeitura deu um passo fundamental para transformá-la em referência na saúde da mulher e dos recém-nascidos.
Vale frisar que todos os avanços que hoje celebramos foram potencializados pelo ótimo retrospecto que Curitiba apresenta na área da saúde pública. O Comitê Pró-Vida de Prevenção de Mortalidade Materno-Infantil investiga e analisa cada caso de óbito infantil ocorrido na cidade há 22 anos. O Programa Mãe Curitibana, referência desde 1999 no atendimento a gestantes e durante o puerpério, foi aprimorado e ampliado para acrescentar exames obrigatórios durante o pré-natal, tais como testes de HIV e sífilis.
Resultados louváveis como a taxa de mortalidade infantil recém-obtida não podem, no entanto, obliterar os desafios que se impõem a nós, gestores públicos, para continuar avançando. Identificamos que ainda é possível baixar a mortalidade neonatal precoce, ou seja, aquela que ocorre nos primeiros sete dias de vida do bebê. Trabalhar nesse sentido é um dos focos estabelecidos para que possamos reduzir ainda mais o índice curitibano. Como bem disse Nelson Mandela, “depois de subir uma grande montanha é que se descobre que há muitas outras montanhas ainda maiores para serem escaladas”.
(*)Adriano Massuda é secretário municipal da Saúde de Curitiba.
Comentário: O Adriano tem razão: o avanço é indiscutível.
É sabido que a queda das taxas de mortalidade infantil, quando se atinge indicadores de "um dígito", tende a ocorrer muito lentamente.
Isto ocorre por conta dos fatores residuais que levam ao óbito de crianças com idade abaixo de 1 ano e que necessitam de políticas mais complexas de enfrentamento.
No entanto, o que ocorreu em Curitiba foi exatamente o contrário. Uma queda espetacular da faixa de 20% no intervalo de apenas 2 anos!!!
E isto se deu sem grandes investimentos na estrutura (não precisou construir nenhum hospital, nem se inaugurou nenhuma estrutura nababesca). Apenas se mudou o JEITO de atender as pessoas.
Inadmissível que uma gestante de risco tivesse que esperar por 4 meses (QUATRO MESES!?!) para ser atendida!
Além do mais, a volta da Maternidade do Bairro Novo para a gestão pública/estatal (via FEAES) mostrou que SIM é possível ter um SUS eficiente sem terceirizações desnecessárias.
De parabéns toda a equipe da SMS de Curitiba.
Comentário: O Adriano tem razão: o avanço é indiscutível.
É sabido que a queda das taxas de mortalidade infantil, quando se atinge indicadores de "um dígito", tende a ocorrer muito lentamente.
Isto ocorre por conta dos fatores residuais que levam ao óbito de crianças com idade abaixo de 1 ano e que necessitam de políticas mais complexas de enfrentamento.
No entanto, o que ocorreu em Curitiba foi exatamente o contrário. Uma queda espetacular da faixa de 20% no intervalo de apenas 2 anos!!!
E isto se deu sem grandes investimentos na estrutura (não precisou construir nenhum hospital, nem se inaugurou nenhuma estrutura nababesca). Apenas se mudou o JEITO de atender as pessoas.
Inadmissível que uma gestante de risco tivesse que esperar por 4 meses (QUATRO MESES!?!) para ser atendida!
Além do mais, a volta da Maternidade do Bairro Novo para a gestão pública/estatal (via FEAES) mostrou que SIM é possível ter um SUS eficiente sem terceirizações desnecessárias.
De parabéns toda a equipe da SMS de Curitiba.
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