O consumo final de bens e serviços de saúde totalizou, em 2013, R$ 424 bilhões
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (10), que o consumo final de bens e serviços de saúde totalizou, em 2013, R$ 424 bilhões, o equivalente a 8% do Produto Interno Bruto (PIB). As despesas de consumo do governo alcançaram R$ 190 bilhões, ou 3,6% do PIB.
Em 2013, do total do consumo final de bens e serviços de saúde, 77,6% foram destinados ao consumo de serviços e 20,6% a medicamentos. As despesas com consumo final de bens e serviços de saúde representaram 18,9% do total do consumo final do governo e 7,1% do total do consumo final das famílias.
A despesa per capita com consumo de bens e serviços de saúde, em 2013, foi de R$ 1.162,14 para famílias e instituições sem fins de lucro a serviço das famílias e de R$ 946,21 para o governo. O principal gasto das famílias é feito com serviços de saúde privados (incluindo planos de saúde), chegando a 2,7% do PIB (R$ 141,3 bilhões) em 2013. Na despesa de consumo do governo, o principal item é a saúde pública, com 2,8% do PIB (R$ 149,9 bilhões) em 2013.
O gerente de Bens e Serviços da Coordenação de Compras Nacionais do IBGE, Ricardo Moraes, observou que, quando se olha para bens e serviços de saúde, a participação das famílias é maior que a do governo. Ao se olhar somente para serviços de saúde, as despesas do governo se mostram mais elevadas.
“O governo paga para que as pessoas consumam. O governo teve uma despesa com saúde pública igual a 2,8% do PIB (R$ 149,9 bilhões), em 2013, e consome também saúde privada, que são os hospitais conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Se juntar a despesa com saúde pública e privada dele (governo), que são atendimentos, consultas e exames feitos nos hospitais públicos e na rede conveniada, isso dá 3,4% do PIB. Se olhar a despesa das famílias com serviços de saúde privada, isso dá 2,7% do PIB (R$ 141,3 bilhões).”
Moraes completou que, comparando só os serviços, a participação do governo é bem maior que a das famílias. “Mas se eu olho para bens e serviços, como as famílias têm uma despesa muito grande com medicamentos para uso humano, elas gastam 1,5% do PIB com medicamentos, a parte das famílias acaba ficando maior.”
Os dados – que constam da Conta-Satélite de Saúde – revelam que o consumo de bens e serviços de saúde cresceu em todos os anos, no período entre 2010 e 2013. O crescimento em volume, em 2013, descontada a variação de preços, atingiu 3,7% para o consumo do governo e 1,3% para o consumo das famílias.
Ocupações
O total de ocupações em atividades relacionadas à saúde também aumentou de 5,2 milhões, em 2010, para 6,1 milhões, em 2013, revelando expansão de 825,8 mil postos.
Ricardo Moraes salientou, entretanto, que o número de ocupações não significa quantidade de pessoas, porque na área de saúde é muito comum um médico, por exemplo, ter diversas ocupações, isto é, trabalhar em vários hospitais. As atividades ligadas à saúde aumentaram a participação no total de postos de trabalho no Brasil, passando de 5,3% das ocupações, em 2010, para 5,9%, em 2013.
A pesquisa mostra que as atividades de saúde que apresentaram os maiores números de ocupações foram saúde privada e saúde pública, que tiveram também o maior aumento do número de postos de trabalho ocupados no período 2010/2013, da ordem de, respectivamente, 17,2% e 17,7%. Em terceiro lugar, aparece o comércio de produtos farmacêuticos, perfumaria e médico-odontológicos, com incremento de 13,8%.
Comércio exterior
O documento do IBGE revela ainda que 18,6% das preparações farmacêuticas disponíveis no Brasil, entre as quais gases, curativos, iodo, água oxigenada, foram exportados em 2013, enquanto 74% dos produtos farmoquímicos, que são insumos para a produção de medicamentos, foram importados. A importação envolveu ainda 37,1% dos outros materiais médicos e odontológicos e 24,5% dos medicamentos para uso humano.
Ricardo Moraes salientou, porém, que o total da importação de bens e serviços de saúde equivale somente a 3,5% do total geral de importações do País. “O peso dos bens e serviços de saúde no total das importações é relativamente pequeno. Tem alguns produtos em que esse peso é grande, como farmoquímicos, mas não é um item que tem um peso grande na pauta de importações do Brasil.”
Fonte: Portal Brasil, com informações do IBGE e da Agência Brasil
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