Um dos bochichos do dia, no degradante ambiente político brasiliense, trata da possível licença-relâmpago do ministro da Saúde, Marcelo Castro.
Ele se afastaria do Ministério para retomar o mandato de deputado federal. Nessa condição, teria direito a voto na renhida eleição do novo líder do PMDB na Câmara. Em seguida, reassumiria o cargo atual.
Lugar de ministro da Saúde, num país com tantas mazelas e em meio a uma crise dramática como a do vírus zika, é na frente de combate, e não nos QGs das intrigas partidárias.
Mas a real é que, como diz o pessoal, a ausência do ministro e deputado seria, se confirmada, daquelas que preenchem lacunas.
O vexame maior não seria o forfait por um ou dois dias do Ministério enquanto se desenvolve a guerra contra o mosquito Aedes.
É Marcelo Castro comandar a nau do Ministério da Saúde em meio a tormentas devastadoras.
Talvez ele tenha sido um bom secretário da Agricultura no governo Mão Santa. Ignoro.
O que não ignoro é que o psiquiatra Marcelo Castro é o homem errado no lugar errado.
Como pode o ministro da Saúde dizer “vamos torcer para que as pessoas antes de entrar no período fértil peguem a zika, para elas ficarem imunizadas pelo próprio mosquito. Aí não precisa da vacina''.
Falou isso rindo. Que torcida…
Depois, oscilou entre afirmações contraditórias como “estamos perdendo feio a batalha para o mosquito'' e o combate ao vírus “está sob controle''.
O Organização Mundial da Saúde decretou estado internacional de emergência por causa do zika.
Em quadra de urgência para salvar vidas, o ministro da Saúde é um deputado muito menos qualificado que uma infinidade de técnicos.
Dilma Rousseff nomeou-o por conta de acomodações políticas e politiqueiras.
Deveria ter preservado o Ministério da Saúde para cuidar da saúde dos cidadãos, e não de interesses menores palacianos e peemedebistas.
Desprezo pela saúde alheia tem, ou deveria ter, limite.
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