Neste mês de janeiro Stephen Hawking comemorou seu aniversário de 76 anos e disse ao mundo: – “Eu não estaria aqui sem o NHS”. Hawking é um proeminente defensor dos cuidados de saúde universais e do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido – NHS, chegando a atacar o secretário de saúde do Partido Conservador, Jeremy Hunt, em um discurso de agosto de 2017 por insuficiente financiamento e apoio ao programa público.
Desafiando todas as previsões, Hawking, nascido em 8 de janeiro de 1942 na cidade inglesa de Oxford, sobreviveu ainda a uma destrutiva doença cujos afetados costumam ter uma expectativa de vida de entre dois e cinco anos. Em 1963, aos 21 anos, foi diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa que o relegou a uma cadeira de rodas e o obriga a se comunicar por meio de um computador, que controla com os músculos faciais.
Apesar dos obstáculos impostos por sua doença, pela qual esteve a ponto de morrer várias vezes, Hawking nunca deixou a pesquisa e mantém seu trabalho de divulgação científica. Doutor pela Universidade de Cambridge, onde entre 1979 e 2009 ocupou a mesma cátedra de Matemática que foi de Isaac Newton, é conhecido por suas teorias revolucionárias, em particular a da “radiação Hawking”, relativa aos buracos negros. Embora não possa demonstrá-la empiricamente, o mundo da ciência está em sua maioria convencido de que os buracos negros efetivamente emitem essa radiação, que lentamente causa sua evaporação. Sua teoria sobre a formação do universo, e o conseguinte início do tempo, com o Big Bang há 15 bilhões de anos a partir de um evento “singular” que rompeu as leis da física, também lhe valeu uma legião de seguidores, mas não o Prêmio Nobel, que a descarta pela falta de provas conclusivas. Em todo caso, o cientista inglês, que quebrou recordes de vendas com seu livro de 1988, “Uma Breve História do Tempo”, acumula condecorações e prêmios, entre eles o Prêmio Príncipe de Astúrias (1998).
Segundo o próprio Hawking, a principal razão para estar vivo prende-se ao fato de ter nascido no Reino Unido e de poder contar com um sistema de saúde público que sempre lhe deu as melhores condições para tratar de si – “Nasci no Reino Unido e tenho muito orgulho do que isso representa. Sem o NHS (sistema de saúde do Reino Unido), eu não estaria vivo… ainda no verão passado fui admitido num hospital do NHS com pneumonia e mais uma vez não teria sobrevivido se não fosse o excelente cuidado dos seus profissionais de saúde. O NHS é seguramente o melhor sistema público!”.
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