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quinta-feira, 5 de março de 2009

Municípios com mais recursos do Pronaf registram melhores indicadores

no sitio do Projeto Brasil

Os trinta municípios paranaenses que mais receberam recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), apresentaram melhores indicadores socioeconômicos, produtivos e tributários em relação à média do estado.

A conclusão pertence à dissertação de mestrado feita para o Centro Socioeconômico/Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de Luciano Ribeiro Bueno. Levando em consideração dados do período de 2000 a 2006, o pesquisador percebeu que o grupo dos trinta municípios apresentou aumento do Produto Interno Bruto per capita igual a 9,6% frente 1,1% do estado – formado por 399 cidades.

“Deve-se registrar que os 30 municípios selecionados não são uma amostra estatística mas um ranking escalonado, do maior para o menor, em termos do volume de crédito contratado no período considerado, ou seja, entre os anos de 2000 a 2006. Assim, o corte acima referido é arbitrário, uma vez que não leva em consideração parâmetros amostrais”, ressalta Bueno.

Em relação ao emprego formal, enquanto o estado do Paraná registrou aumento médio de 42,2% nos seis anos, os 30 municípios do ranking apresentaram aumento médio de 68,1% no número de vagas abertas – ou seja, essas prefeituras participaram com 18,2% da capacidade de gerar empregos formais do estado.

Entre as 30 prefeituras, o emprego formal na agricultura apresentou aumento de 94% durante o período estudado – em todo Paraná houve redução de 16,5% desse índice na média dos seis anos.

“Esses resultados, por sua vez, refletem-se na participação dos municípios do ranking no total do estado, a qual teve uma variação positiva da ordem de 132,4%: passou de 4,9%, em 2000, para 11,4%, em 2006”, acrescenta Bueno.

Segundo o pesquisador, entre 2000 e 2005, a arrecadação tributária entre os 30 municípios foi um pouco superior à média estadual – de 80,3% frente a 76,8%, respectivamente.

IDH

O Índice do Desenvolvimento Humano (IDH) médio dos 30 municípios gira em torno de 0,75, enquanto que a média estadual é de 0,74. Com relação a variável renda do índice, as cidades do ranking apresentaram valor médio de 0,67, enquanto que o estado como um todo apresentou valor de 0,65.

Segundo Bueno, o fato dos índices entre estados e cidades que compõe o ranking serem bastante próximos indica que os municípios que tomam crédito possuem, em sua maioria, padrão de renda semelhante à média do estado, “contribuindo para que seu IDH também seja semelhante ao da média estadual”, explica.

A variável educação do IDH registrou média de 0,86 entre os municípios do ranking e de 0,83 no estado. Já a esperança de vida verificada entre os moradores das 30 cidades foi de 69 anos e nove meses, frente a 69 anos e 13 meses em relação a média estadual.

Em contrapartida, em relação da taxa de alfabetização, a média do estado foi inferior (85,16%) à média dos 30 municípios (89,16%).

Crescimento de contratos

No período 2000-2006 os contratos do Pronaf, em âmbito nacional, tiveram aumento de 91,5%. Já, “considerando o ano de 2000 como base e comparando-o a 2006, houve um aumento no montante liberado de 269,9%”, acrescenta Bueno.

No estado do Paraná, durante o mesmo período, o número de contratos cresceu 35,8% - considerando como base o ano 2000 e comparando com o ano de 2006, houve um aumento de 272,4% dos recursos liberados para o programa.

Para Bueno, o Pronaf tornou-se (desde sua implantação em 1996) fundamental para o debate do desenvolvimento rural do país sendo imprescindível para o segmento dos agricultores familiares. Isso porque desde o período pós-guerra (década de 1950) até metade dos anos 1990, os investimentos na produção de grupos familiares permaneceram esquecidos no país. Dessa forma, quando surge, o Pronaf é rapidamente aceito e absorvido, dada a grande necessidade de recursos entre os agricultores de pequeno porte.

O pesquisador destaca, ainda, que é possível perceber que o programa teve mais impacto sobre a produção. Já em relação às dimensões sociais e tributárias, o impacto positivo é menos intenso entre as prefeituras que mais recorreram o programa em relação ao estado.

O rendimento da produção de feijão nos municípios que mais tomaram crédito Pronaf, por exemplo, saltou de 0,85 para 1,49 toneladas por hectare entre 2000 e 2006 – uma variação média de 75,6% nos seis anos. Já durante o mesmo período, o estado como um todo apresentou variação positiva menor (67,3%) registrando rendimento médio de 0,68 em 2000, para 1,13 toneladas por hectare em 2006.

“Sendo assim, os agricultores familiares estão cada vez mais dependentes dos insumos modernos, pois a forma de produção financiada pelo programa tem como objetivo aumento na produção agrícola”, analisa.
Para acessar o estudo na íntegra, clique aqui.

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