Agência Notisa
ANGRA DOS REIS - Diante da gravidade das doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, entre elas a pneumonia e a meningite, que afetam adultos, mas principalmente crianças com menos de cinco anos de idade, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Associação Brasileira de Imunizações (SBIm) incluíram a vacina pneumocócica conjugada 7-valente (fabricada pelo Laboratório Wyeth, com o nome comercial de Prevenar) em seus calendários próprios de vacinação. A própria Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2007, afirmou que a vacinação das crianças contra as doenças pneumocócicas é uma questão prioritária, e ela já foi incluída na vacinação de calendários oficiais de vários países, mas ainda não consta no PNI (Programa Nacional de Imunizações) no Brasil, havendo pareceres oficiais contrários à sua adoção.
Atualmente, em todo o mundo já se discute também a aprovação e inclusão de uma nova vacina, a pneumocócica conjugada 13-valente, igualmente pesquisada e fabricada pela Wyeth. Durante coletiva de imprensa realizada em Angra dos Reis, promovida pelo Laboratório, médicos apresentaram mais informações sobre a 13-valente, que acrescenta proteção contra mais outros seis sorotipos do pneumococo, além dos sete contemplados pela Prevenar.
Segundo Peter Paradiso, vice-presidente de Novos Negócios e Assuntos Científicos da Wyeth Vacinas, o pneumococo possui 91 estruturas de açúcar que são os chamados sorotipos. A vacina conjugada ajuda o organismo a ativar sua resposta imunológica que age sobre o polissacarídeo (açúcar) que envolve a bactéria.
- Especialmente crianças menores de dois anos não conseguem desenvolver uma resposta imunológica própria. Nesse sentido, a vacina vem auxiliar esse processo - destacou o médico.
Peter explicou que na vacina 7-valente há proteção contra sete sorotipos da bactéria: 4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F e 23F. Já a vacina 13-valente protege contra estes sorotipos e também contra os 1, 3, 5, 6A, 7F e 19A. A compatibilidade dos primeiros sete sorotipos e o uso da mesma proteína CRM 197 é que garante a transição de um sistema de vacinação para outro. Isso quer dizer, segundo o médico, que crianças que iniciem o sistema recomendado de vacinação com a 7-valente "podem passar para a 13-valente, uma vez que essa seja aprovada, sem problemas". Ele lembrou que o sistema de imunização recomendado para a vacina 7-valente é de quatro doses: a primeira aos dois meses de idade, a segunda aos 4 meses, a terceira aos 6 meses e o reforço aos 12 meses.
- Devem ser vacinadas crianças com até cinco anos de idade e o mesmo sistema deverá ser adotado pela vacina 13-valente - disse.
Paradiso afirmou que a adoção da vacina nos Estados Unidos provocou uma redução de 94% das doenças pneumocócicas entre crianças e de 55% em adultos, segundo dados de uma pesquisa de 2003. Essa proteção em adultos é conseqüência do chamado "efeito rebanho", ou seja, para cada criança vacinada, três adultos são protegidos. Isto acontece porque a criança deixa de ser colonizada pela bactéria e assim não expõe outras pessoas à bactéria.
Ele explicou que, atualmente, o estudo da vacina 13-valente está na fase 3, ou seja, em diferentes partes do mundo estão sendo feitos pesquisas clínicas em adultos.
- Espera-se que uma vez que a vacina seja aprovada para uso em crianças de até cinco anos, ela possa mais tarde ser adotada em adultos, especialmente em idosos que apresentam um sistema imunológico menos resistente - disse.
De acordo com o médico da Wyeth, nos Estados Unidos, a vacina 13-valente obteve o fast track (análise rápida) junto ao Food and Drug Administration (FDA) e está sendo submetida à aprovação em vários países da Europa e, no Brasil. está sob estudo da Anvisa.
- Estima-se que até o final do ano ela seja aprovada no país - afirmou.
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