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terça-feira, 9 de março de 2010

Brasil acelera redução de gravidez na adolescência


O ritmo de queda no número de partos na adolescência acelerou nos últimos cinco anos na rede pública. 
Dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que a quantidade desses procedimentos em adolescentes de 10 a 19 anos caiu 22,4% de 2005 a 2009. Na primeira metade da década passada, a redução foi de 15,6%. De 2000 a 2009, a maior taxa de queda anual ocorreu no ano passado, quando foram realizados 444.056 partos em todo o País – 8,9% a menos que em 2008. Em 2005, foram registrados 572.541. Ao longo da década, a redução total foi de 34,6% (veja tabela). 

O Ministério da Saúde atribui essa tendência às campanhas destinadas aos adolescentes e à ampliação do acesso ao planejamento familiar. Só no ano passado, foram investidos R$ 3,3 milhões nas ações de educação sexual e reforço na oferta de preservativos aos jovens brasileiros. Nos últimos dois anos, 871,2 milhões de camisinhas foram distribuídos para toda a população. Qualquer pessoa pode retirar as unidades nos postos de saúde. 
esses locais, os adolescentes também recebem o apoio de um profissional de saúde para avaliar qual é o método contraceptivo mais adequado ao estilo de vida dos parceiros. Entre as opções, estão as pílulas anticoncepcionais, a injeção de hormônios e o DIU. A dupla proteção – o uso do método contraceptivo associado ao preservativo – é recomendada para que, além de evitar uma gravidez, os jovens se previnam de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e aids. 


A coordenadora de Saúde do Adolescente e do Jovem do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare, avalia que o sistema público está cada vez mais preparado para receber adolescentes e dar orientações sobre a saúde sexual deles. Mesmo assim, o planejamento familiar nessa faixa etária ainda enfrenta resistência por causa de preconceito. “Até hoje, alguns adultos têm dificuldade de compreender que o adolescente é um indivíduo sexuado e, em seu processo de crescimento, ele vai descobrir e ter relações afetivas”, destaca. 

“Reconhecer os direitos sexuais e reprodutivos desse grupo é uma conquista do Brasil”. 

Atualmente, os adolescentes do sexo masculino vêm procurando cada vez mais o serviço público de saúde no intuito de retirar os preservativos. “Nossa prioridade agora é para que o rapaz seja envolvido em outras ações, inclusive nas situações de gravidez da parceira ou da namorada. Estimulamos que ele acompanhe o pré-natal e o parto, participando do dia a dia da companheira e cuidando da própria saúde”, explica Thereza de Lamare.

EDUCAÇÃO SEXUAL – Em 2003, o governo federal iniciou uma série de ações de prevenção de DSTs em colégios públicos. Por meio de uma parceria entre os ministérios da Saúde e Educação, profissionais das equipes do Saúde da Família tornaram-se parceiros dos professores da rede pública e levaram para a sala de aula conteúdos de saúde sexual e reprodutiva. As atividades foram incorporadas pelo Programa Saúde na Escola (PSE), implementado em 2008.

Atualmente, o PSE é uma das ferramentas de conscientização dos estudantes de ensino médio para prevenir DSTs e evitar gravidez indesejada. Mais de 8 milhões de alunos de 54 mil escolas já foram orientados. Dessas, quase dez mil distribuem preservativos. O programa alcança atualmente 1.306 municípios brasileiros. 
Além disso, o MS começou a produzir as Cadernetas de Saúde do Adolescente no ano passado. A cartilha contém informações sobre temas essenciais para os mais jovens, como alimentação, saúde sexual e reprodutiva e uso de drogas. No total, foram entregues 4 milhões de cadernetas em 451 municípios. A previsão para 2010 é distribuir mais 5 milhões nos postos de saúde. O Ministério da Educação também vai enviar 6 milhões de cartilhas para as unidades básicas de saúde dos municípios onde foi implementado o PSE. 

DIFERENÇAS REGIONAIS – A maior redução no número de partos de adolescentes, nos últimos cinco anos, ocorreu na Região Nordeste (26%). Em 2005, foram 214.865 procedimentos contra 159.036 no ano passado. O Centro-Oeste vem em seguida, com 32.792 partos – 24,4% a menos que em 2005. Abaixo da taxa média de queda, estão: Sudeste (20,7%), Sul (18,7%) e Norte (18,5%).

Número de partos de adolescentes na década passada



Tabela 1: Partos por regiões
Região200020052009Variação
2000-2009
Norte79.41676.17262.046-21,90%
Nordeste249.057214.865159.036-36,10%
Centro-Oeste52.11243.36232.792-37%
Sudeste217.243174.465138.401-36,30%
Sul81.53063.67751.781-36,50%


Tabela 2: Partos por unidades da federação
UF200020052009Taxa de variação
no período de 2000 a 2009
Faixa etária >
10a 19
10a 1910a 19
Acre      4.4523.338      3.670-17,57%
Alagoas    15.95215.287    11.546-27,62%
Amapá      3.5322.880      2.622-25,76%
Amazonas    16.68716.049    13.057-21,75%
Bahia    66.78255.333    38.823-41,87%
Ceará    35.12030.442    23.314-33,62%
Distrito Federal    12.0206.786      7.342-38,92%
Espírito Santo    11.7619.666      7.600-35,38%
Goiás    17.21515.470      9.471-44,98%
Maranhão    36.56533.050    23.700-35,18%
Mato G. do Sul    10.6169.296      7.455-29,78%
Mato Grosso    12.26111.810      8.524-30,48%
Minas Gerais    59.07147.809    37.325-36,81%
Pará    38.85940.242    31.928-17,84%
Paraíba    14.96414.035    10.545-29,53%
Paraná    34.52226.757    22.144-35,86%
Pernambuco    39.18332.981    26.419-32,58%
Piauí    17.61513.778      9.951-43,51%
Rio de Janeiro    45.91732.487    23.169-49,54%
Rio G.do Norte    13.53412.280      8.599-36,46%
Rio G.do Sul    30.26723.345    17.837-41,07%
Rondônia      7.3514.881      3.621-50,74%
Roraima      1.0691.835      1.71059,96%
Santa Catarina    16.74113.575    11.800-29,51%
São Paulo  100.49484.503    70.307-30,04%
Sergipe      9.3427.679      6.139-34,29%
Tocantins      7.4666.947      5.438-27,16%
Total  679.358572.541  444.056-34,64%
fonte:MS DATASUS SIH_SUS TAbSAS 20/01/2010

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