A imunização irá ocorrer em etapas e nem toda a população será vacinada gratuitamente pelo po der público. Após discussões, o mi nistério deu prioridade às “pessoas que têm mais chance de ter doença respiratória grave e morrer”. Irão receber a vacina trabalhadores de serviços de saúde, indígenas, gestantes, pessoas com doenças crônicas, crianças de 6 meses a 2 anos e adultos saudáveis de 20 a 39 anos.
Os primeiros a receber a vacina serão os trabalhadores de serviços de saúde que atuam diretamente na resposta à nova gripe e os indígenas que vivem em aldeias. O pú blico-alvo é estimado em 1,9 mi lhão de trabalhadores de serviços de saúde e 566 mil indígenas e a meta é vacinar pelo menos 80% dessas pessoas, até o dia 19 de março. O calendário foi definido pelo mi nistério, mas a estratégia de vacinação fica a cargo de cada município (veja no quadro como será em Curitiba).
No Paraná, estado com maior taxa de mortalidade pela doença, a expectativa é vacinar 5 milhões de pessoas. O secretário de estado da Saúde, Gilberto Martin, espera que as pessoas compareçam à vacinação, ao contrário do registrado na Europa, onde milhões de doses ficaram encalhadas. O temor do secretário é justamente o oposto: a pressão social na busca por mais vacinas. “Até que as coisas fluam e as regras fiquem mais claras há um período de estresse”, afirma. Segundo ele, há preocupação com os boatos que irão circular.
O infectologista Moacir Pires Ra mos, membro dos comitês mu ni cipal e estadual de enfrentamento da gripe A, diz que o Hemis fério Norte mostrou que a vacina é eficaz. Cerca de 300 milhões de pessoas já foram vacinadas no mundo. “A Espanha vacinou 13 milhões de pessoas e não relatou nenhum ca so excepcional. Os americanos va cinaram mais de 60 milhões de pessoas e houve um caso ou outro, mas tudo dentro da reação da vacina”, afirma.
As vacinas devem estar disponíveis também na rede privada. Os laboratórios particulares estão aguardando liberação da Agência Na cional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importação da vacina, que deve custar de R$ 50 a R$ 60 ao consumidor. A vacina paga será trivalente, diferente da ofertada pelo Ministério da Saúde, e irá proteger tanto para a gripe A quanto para a gripe comum.
O diretor regional sul da Dasa, Milton Zymberg, acredita que deve ter disponível a vacina entre fim de março e início de abril. O laboratório já cadastrou 2 mil pessoas interessadas, bem como empresas que totalizam 15 mil funcionários em Curitiba e região. “É um indicador que está todo mundo ansioso e preocupado em tomar a vacina.”
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