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quarta-feira, 14 de abril de 2010

HU diz ter documento em que a Prefeitura reconhece dívida de R$ 7 milhões



Superintendente do Hospital Universitário se mostrou surpreso com mudança de discurso da atual administração, que realizou uma auditoria no ano passado reconhecendo o débito com o hospital



O superintendente do Hospital Universitário (HU)Francisco Eugênio de Souza, se mostrou surpreso com a postura da Prefeitura de Londrina em não reconhecer dívidas com os hospitais. Enquanto o hospital alega uma dívida de R$ 7.763.943,68, o Município informou que irá pagar apenas R$ 358.450.
Na manhã desta terça-feira (13), Souza afirmou que vai esperar o comunicado oficial da Prefeitura com as justificativas para esse valor. Contudo, ele ressaltou que no ano passado foi realizada uma auditoria no HU com a participação de membros indicados pelo prefeito Barbosa Neto (PDT) que constataram a dívida de R$ 7 milhões.
“Temos um documento assinado por membros da atual administração reconhecendo a dívida. O próprio prefeito reconheceu o débito em fevereiro deste ano. Apesar da surpresa vamos esperar os desdobramentos e a justificativa oficial pela diminuição do valor. Após isso, vamos estudar o caso e encaminhar as informações para o Conselho de Administração da UEL para tomar as medidas cabíveis”, afirmou.
No dia 4 de fevereiro durante entrevista coletiva, Barbosa Neto reconheceu a dívida do município com o HU. Na época, ele afirmou que até outubro de 2009 o montante estava em R$ 8 milhões. “Nos anos de 2007 e 2008 foram repassados R$ 26 milhões para o hospital. Em 2009, repassamos R$ 30 milhões e temos um déficit mensal de R$ 1,5 milhão”, disse Barbosa.
A reportagem entrou em contato com o prefeito, para saber o motivo da mudança de postura, mas a assessoria de imprensa informou que ele não poderia atender a ligação.
Dívidas
A Prefeitura não reconhece uma dívida de R$ 23.493.434,43 que tem com hospitais pelo atendimento a pacientes do Sistema Único de Saúde. O Município admite apenas um débito de R$ 358.550,41. Os valores apresentados, na segunda-feira (12), em audiência pública na Câmara Municipal surpreenderam os diretores dos hospitais, que temem um colapso no sistema, caso a dívida real não seja paga.
Segundo a Santa Casa, a dívida da Prefeitura com o hospital é de R$ 12.605.140,32, mas a Controladoria afirma dever apenas R$ 98,32. Já o Hospital Evangélico (HE) calcula que o débito do Município com a unidade é de R$ 3.108.199,18, mas os controladores só reconhecem R$ 2,09. As dívidas correspondem a procedimentos de alta complexidade realizados entre os anos de 2003 e 2009.
“Felizmente ainda somos credores de R$ 2. Que alívio! Comecei a achar que o Evangélico teria de pagar alguma coisa ao Município”, ironizou o diretor administrativo do HE, Luiz Koury. “Estão falando apenas das contas contratualizadas, mas os pacientes estão sendo atendidos muito além dos contratos.”
O controlador geral do Município, Luiz Nicacio, explicou que existem valores acima do teto estipulado ou cobrados fora do que foi expresso em contrato. “Os valores apresentados pelo hospital têm a base dele. Mas o que a auditoria faz é o legal, o que está dentro do contrato e está autorizado dentro da lei de licitação.” O secretário municipal de Saúde, Agajan Der Bedrossian, não quis dar entrevista.




COMENTÁRIO: Eu não conheço os detalhes deste "imbróglio". Mas me permito fazer alguns comentários com base nas declarações do eminente controlador-geral do município, Sr. Luiz Nicacio.


Segundo o que está dito aí na matéria, a administração reconhece que deve aos hospitais apenas e tão somente os valores previstos em contrato.


Se, por puro acaso, e por seu único e exclusivo arbítrio, os hospitais tenham atendido "indevidamente" os cidadãos londrinenses que acorreram às suas portas em quantidade "acima do contrato", então deverão arcar com os custos e com o prejuízo.


Raciocínio é típico de quem dorme abraçado à Lei de Responsabilidade Fiscal e declama todos os dias ao acordar os sagrados mandamentos do finado "Consenso de Washington".


Em uma outra postagem de hoje, aqui no blog, um direitista empedernido que atende pelo sobrenome de Fração (não é trocadilho não, é o sobrenome do cara) declara com todas as letras: O Estado de Direito está condenado pela "Justiça Social". 


Em resumo: a responsabilidade social (direitos humanos) deve estar subordinada à responsabilidade fiscal... simples assim. O mais puro DNA Tucano-liberal.


Provavelmente ambos, Fração e Nicacio, rezam pelo mesmo catecismo.

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