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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Curitiba: Comissionados negam, mas fazem campanha


Os dez líderes comunitários empregados na prefeitura de Curitiba garantem que ter um cargo em comissão não significa apoio incondicional ao Exe­cutivo e aos seus representantes. Todos dizem que foram contratados na capital para realizar funções de assessoramento de associações de bairro e clubes de mães, além de in­­termediar as reivindicações com o poder público. Não ha­­veria compromisso de apoio eleitoral.
No entanto, as declarações de alguns deles contradizem isso. “A gente está conscientizado o pessoal que a gente tem que eleger o Luciano Ducci (PSB) porque os candidatos que estão vindo aí não conhecem nossa realidade”, diz, por exemplo, a presidente da União de Mulheres Líderes Comunitárias de Curitiba, Maria da Paz Basso. Ela é agente da Secretaria Muni­cipal Extraordinária de Re­­lações com a Comunidade.
No ano passado, Edson Pe­­reira Rodrigues, conhecido como “Edson Parolin”, foi multado pela Justiça Eleitoral por discursar em um evento público pedindo votos para Beto Ri­­cha (PSDB), que disputaria o governo em outubro. O discurso foi feito em maio, quando a campanha ainda era proibida, durante um evento de distribuição de cobertores da prefeitura de Curitiba. No mesmo evento, a atual primeira-dama do estado, Fernanda Richa, tam­­bém discursou e acabou multada pelo Tribunal Regio­nal Eleitoral (TRE).
Há dez anos à frente da associação de moradores do Parolin, Rodrigues tem na ponta da língua as várias conquistas: “As­­falto em toda a vila, unidade de saúde em construção, armazém da família, Centro de Assis­tên­cia Social, três creches, uma es­­cola, uma academia, um campo de futebol sintético e uma vi­­la para carrinheiros.” Porém, ele não se ilude. Sabe que as me­­lho­rias aconteceram por interesses eleitorais. “O político nunca vê você. Vê o que está atrás, os vo­­tos que ele pode conseguir”, diz. Filiado ao PSDB, Edson Pa­­rolin é hoje gestor público da Companhia de Habitação Po­­pular de Curitiba (Cohab).
Discurso
No discurso, porém, os líderes são todos contrários a qualquer relação de dependência com o poder público. “Eu sou responsável por vistoriar as ruas que precisem de tapa-buraco, acompanhar pedidos. Tudo em relação a queixas que dependam da prefeitura”, conta Luiz Carlos Saragiotto, filiado ao PSDB, presidente da Associação de Mora­dores Jardim Florianópolis (Ca­­juru) e agente público na Se­­cretaria de Governo Municipal. “Sei o que a comunidade precisa e o que prefeitura pode contribuir”, justifica Jonas Lemes dos Santos, da Associação Co­­munitária Andorinhas e assessor da Administração regional da Boa Vista.
Para eles, ser funcionário pú­­blico não significa ser condescendente com os políticos. “Você não tem ideia de como eu bato na prefeitura, se for necessário”, diz Neemias Portela, presidente da Associação de Mora­dores da Vila Autódromo e gestor público da Secretaria de Re­­la­­ções com a Comunidade. “A comunidade é a que mais ganha nessa relação, ela é mais bem atendida”, defende o presidente da União das Associações de Moradores da Cidade Industrial, Iranei Fer­nandes, contratado como gestor público da Administração regional da CIC.

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