Martha San Juan França mfranca@brasileconomico.com.br
Começa amanhã em Genebra o encontro do grupo de trabalho, formado por 21 países, entre os quais o Brasil, que fazem parte da Convenção Quadro para o Controle do Fumo, da Organização Mundial da Saúde. A expectativa das entidades ligadas ao setor é de que a produção dofumo deve ter uma queda nos próximos anos em razão da diminuição do consumo diante das evidências dos males causados pelo cigarro à saúde. No Brasil, por exemplo, a proporção de fumantes caiu de 16,2% para 15,1% entre 2006 e 2010.
O grupo de trabalho visa garantir fontes de renda alternativas à cultura do tabaco, nas mãos de pequenos agricultores.
O Brasil deve ter um papel importante no encontro, já que é o segundo maior produtor mundial, atrás apenas da China. "A partir de 2015 e até 2020, a curva de crescimento do tabagismo vai ter uma inflexão muito grande e impactar significativamente a produção", afirma Adriana Gregolin, coordenadora do Programa Nacional de Diversificação em Áreas Cultivadas, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
A projeção é que, até 2020, a produção brasileira tenha que ser reduzida das atuais 832 mil toneladas para quase a metade para manter os preços rentáveis para os 185 mil pequenos agricultores que dependem dessa lavoura.
No entanto, segundo afirma Guilherme Eidt, da Aliança de Controle do Tabagismo, está ocorrendo o contrário.
"Enquanto as estatísticas mostram uma redução de consumo nos últimos doze anos de 33%, a produção cresceu 34%", diz. O Brasil possui 65 projetos de diversificação da produção, que atende 10 mil famílias, mas ainda é insuficiente.
"Boa parte dos produtores estão endividados com a indústria e não conseguem diversificar." A maior parte do tabaco é exportado (85%). Em 2011, foram embarcadas 541 mil toneladas, ou US$ 2,89 bilhões.
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