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quinta-feira, 31 de maio de 2012

Padilha: Gasto [com tratamento do tabagismo] é maior que ganho com tributos do setor

Brasil gasta R$ 21 bi com tratamento de doenças relacionadas ao tabaco

Levantamento da Aliança de Controle do Tabagismo se refere apenas a 2011 e resulta da análise de dados de 15 enfermidades, como doenças cardíacas e câncer de pulmão


O Brasil gastou no ano passado R$ 21 bilhões no tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao cigarro, revela estudo inédito financiado pela Aliança de Controle do Tabagismo (ACT). O valor equivale a 30% do orçamento do Ministério da Saúde em 2011 e é 3,5 vezes maior do que a Receita Federal arrecadou com produtos derivados ao tabaco no mesmo período.
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Prejuízo. Gastos com doenças relacionadas ao fumo consomem 30% do orçamento da saúde - Robson Fernandjes/AE
Robson Fernandjes/AE
Prejuízo. Gastos com doenças relacionadas ao fumo consomem 30% do orçamento da saúde
A divulgação foi feita na véspera do Dia Mundial sem Cigarro, criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O estudo demonstra ainda que o tabagismo é responsável por 13% das mortes no País. São 130 mil óbitos anuais (350 por dia). Os resultados são fruto da análise de dados de 15 doenças relacionadas ao cigarro. Quatro delas - cardíacas, pulmonar obstrutiva crônica, câncer de pulmão e acidente vascular cerebral - responderam por 83% dos gastos.
Os custos, segundo uma das coordenadoras do estudo, a economista da Fundação Oswaldo Cruz Márcia Teixeira Pinto, são referentes às despesas tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto na saúde suplementar.
"Há tempos buscamos números que indiquem o impacto do tabagismo na economia do País", diz a diretora executiva da ACT, Paula Johns. Um dos argumentos da indústria do fumo para frear medidas de prevenção é a alta arrecadação de impostos, além da alta quantidade de empregos concentrada na atividade.
No debate mais recente, feito durante a discussão da resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para proibição de aditivos ao cigarro, a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) apontou que em 2010 a indústria recolheu R$ 9,3 bilhões de tributos e gerou receita de R$ 4,1 bilhões. "Não concordamos com o número apresentado por eles de arrecadação. Mesmo assim, é mais do que a metade do gasto com doenças", afirma Paula.
Segundo ela, os números mostram que ainda há muito o que ser feito no combate ao tabagismo. Entre reivindicações está a regulamentação da lei que proíbe fumo em locais públicos fechados e a da proibição de propaganda nos locais de venda.
Em 2005, a pesquisadora Márcia Pinto já havia feito um estudo mostrando que os gastos com o tratamento de doenças eram de R$ 338 milhões. "A metodologia era diferente." Ela lembra que foram avaliados gastos apenas no setor público do Rio.
Paula diz que não se espantou com resultados. "A estimativa é de que a cada US$ 1 arrecadado com impostos de cigarro sejam gastos US$ 3 no tratamento."
Diferenças. Márcia, que conduziu o trabalho com André Riviere, do Instituto de Efectividad Clinica y Sanitaria, da Argentina, afirma que fumantes no Brasil vivem pelo menos cinco anos a menos do que os não fumantes. Mulheres dependentes do cigarro têm, em média, 4,5 anos a menos de vida do que as não fumantes e 1,32 a menos do que as ex-fumantes. Entre homens, a perda é de 5,03 anos em relação ao tempo médio de vida dos não fumantes e de 2,05 dos ex-fumantes.
Ao saber da pesquisa, Romeu Schneider, da Câmara Setorial do Tabaco, afirmou que os números não refletem a realidade. "Eles são campeões de chute. Durante 20 anos falaram que o cigarro causava 200 mil mortes. Não há como saber o que foi provocado pelo cigarro, o que foi causado por outras doenças."
ENTREVISTA: ‘Gasto é maior que ganho com tributos’
Alexandre Padilha, ministro da Saúde
Qual é avaliação que o senhor faz do estudo?
Ele é um instrumento valioso para se mensurar o impacto dos custos do tabagismo no SUS. Ele mostra que, além das vidas perdidas, o tabagismo traz uma perda de recursos maior do que os tributos recolhidos com o setor. O trabalho reforça a importância das medidas regulatórias que adotamos.
A lei foi sancionada ano passado, mas precisa ser regulamentada. Há um prazo para que novas regras sejam publicadas?
Não há prazo definido, mas a meta é regulamentarmos o mais rápido possível. Vários ministérios estão sendo ouvidos, há uma tramitação interna, questões jurídicas analisadas. Mas ela é importante.
Que nova medida será feita para reduzir o tabagismo?
As medidas regulatórias são fundamentais, elas têm grande impacto, principalmente entre o público prioritário: jovens, população de mais baixa renda e mulheres. Já assistimos uma forte redução do número de fumantes, mas em menor velocidade entre essa população. E, entre jovens, queremos evitar a iniciação ao fumo. Além disso, vamos reforçar medidas para ajudar fumantes a parar de fumar, com distribuição de gomas e adesivos para reposição de nicotina.
O que poderia ser feito com R$ 21 bilhões?
Este ano o ministério gastará R$ 10 bilhões na compra de remédios em geral, para doenças como câncer. Os recursos gastos com cigarro são o dobro do investido em drogas.

9 comentários:

  1. Gastos com tratamento de doenças que ‘podem’ ser causadas pelo tabaco não significa que este dinheiro está sendo gasto por causa dos tabagistas. Eu não fumo e defendo impostos e restrições maiores ao consumo de tabaco. Mas esta estatística é mais furada que uma peneira.

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  2. Leiam o livro "Risco e Cultura", dos cientistas Aaron Wildavsky e Mary Douglas, onde comprovam que os maleficios do cigarro, são um enorme exagero.

    É por isso que anti tabagistas tem pavor quando a cadeia produtiva do tabaco, recorre a justiça, pois ali tudo é passado a limpo, ali, nada é superficial, tipo gente querendo ganhar no grito.

    Não se esqueçam, povo brasileiro, que os anti tabagistas divulgam que vão a óbito 200 mil brasileiros anualmente pelo fumo, quando o próprio Min. Saúde, Datasus, informa serem somente 900 anuais e mesmo assim, podem ter morrido por qualquer outra causa.

    Olho vivo, muito vivo com esses numeros e declarações, pois isso inevitavlemtne, vai terminar no STF, e dai, mentiras, não se sustentam.

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  3. Senhor Luiz Carlos,
    Vou continuar publicando seus comentários. SEMPRE. Mesmo com os absurdos proferidos e os dados distorcidos.
    O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu a cifra de 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de 10 mil mortes por dia em todo o mundo. Caso as atuais tendências de expansão do seu consumo sejam mantidas, esses números aumentarão para 10 milhões de mortes anuais por volta do ano 2030, sendo metade delas em indivíduos em idade produtiva (entre 35 e 69 anos).
    Os dados são da OMS e estão em:
    http://www.inca.gov.br/tabagismo/frameset.asp?item=dadosnum&link=mundo.htm
    Agora, como profissional de saúde que sou, é meu dever recomendar ao senhor que procure urgentemente conversar com algum profissional da área de saúde mental.
    Em tempo: Caso o Sr. esteja a soldo de alguma multinacional do tabagismo, queira, por favor, desconsiderar o conselho.

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  4. Não sr. Mário.. nao sou eu que preciso de saude mental. O senhor quer que eu lhe envie os dados do Mins. Saúde Datasus, onde é comprovado que vão a óbito somente em torno de 900 óbito ao ano de fumantes, comprovados?? ao invés de 200 mil que voces divulgam?? Esses gastos de 21 bilhoes é chute da ACT, Aliança Controle Tabagismo, uma ONG anti tabagista que recebe dinheiro dos EUA. Isso cai por terra em qualquer prova posterior.

    Aliás,. o sr. pode comprovar com dados hospitalares, o que o sr. divulga?? ou é chute também??

    E por favor..não venha com estatisticas e estudos..mas sim, com dados reais, com nrs. oficiais de óbitos por documentos hospitalares.

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  5. Faço questão de lhe enviar os dados corretos sobre morte do tabaco, oficial, e ainda, com supervisão da Federação dos Municipios do Brasil. Ali, nada pode ser manipulado, pois são dados de todos os enfermos,dados oficiais, recolhidos pelo Datasus. De 2006 a 2010, foram a óbito, 4625 pessoas oficialmente fumantes, o que dividido por 5 anos, dá 925 óbitos. Mesmo periodo, o alcool, matoou 35.000 brasileiros. E porque, se o alcool, matou 30.425 pessoas a mais, voces médicos se atem somente ao cigarro. É por isso, que o livro da cientista Mary douglas e Aaron Wildavsky, titulo Risco e Cultura esta corretissimo, ou seja, os maleficios do cigarro, são um grande exagero. E além do mais, não sou pago por nenhuma fumageira, mas sim, um observador que enxerga as pessoas morrendo aos milhoes de cancer, cancer de pulmão e nunca jamais na vida fumaram.
    Somente isso, para evitar que pessoas totalmente desprovidas das realidade brasileira, manipulem mentes fracas, e proibindo produto licito, partindo para o contrabando, gerando perdas de bilhoes de dolares em impostos, perdendo milhoes de empregos e as pessoas mesmo assim, continuarem fumando.......CIGARRO PARAGUAIO. Faça-me o favor, cigarro não entorpece ninguem, ao contrário do alcool, que matou 30.425 pessoas a mais. Vão fazer a coisa certa, senhores.

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  6. Sr. Mário...favor corrigir seu blog....o correto é ACT Aliança Controle Tabagismo, é que fez pesquisa sabe-se lá aonde com apoio de empresa Argentina, e divulgou gastos de 21 bilhoes com fumantes.

    Portanto, corrija sua informação. Ela não é correta, o Ministério da Saúde, inclusive, não se responsabiliza por essa pesquisa.

    Dúvidas? Ligue 136(grátis) no próprio Ministério da Saúde.

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  7. Fica aqui, um convite para visitar aqui nossa região fumageira, o senhor pode escolher qualquer propriedade e perguntar para qualquer plantador se ele quer largar a produção de tabaco? se eles foram manipulados para irem protestar orientados pelas fumageiras?(eles não obedecem fumageiras, eles obedeçem o MPA-Movimento Pequenos Agricultores)? suicidios? doenças? trabalho infantil? desmatamento(aliás, nem podem desmatar, pois tem convenios com Ibama, e o helicóptero está sempre aqui sobrevoando), rios?, beira de rios? meio ambiente? Seria interessante o senhor vir conhecer e depois divulgar. Sugerimos ler a revista Trip, onde o repórter fez reportagem denegrindo o setor tabaco, e depois com dados recebidos, teve de se retratar, e a tréplica dele, ficou pior que o soneto. Enfim, não queremos nos indispor com o senhor, mas apenas divulgar o correto. E se nós lhe informarmos uma inverdade, por gentileza, nos chame a atenção. abraços e sucesso.

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  8. Sr Luiz Carlos,
    Fique certo que eu respeito enormemente o seu trabalho e o de todos os trabalhadores rurais.

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  9. Obrigado Dr. Mário pela sua atenção. É justo o contraditório, e o senhor faz um trabalho decente que é a saúde. Quero lembra-lo que no próximo dia 21/06/2012, em Brasilia, na reunião da cadeia produtiva, serão abordados esses temas aqui colocados no seu blog, e eles certamente, pela polêmica do assunto, vão virar noticia em todo o território, então, saberemos muito mais, pois pode vir o contraditório também, o que é justo. Abraços.

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