no Outra Saúde (por e-mail)
Uma criança ou adolescente morre por arma de fogo a cada hora no Brasil. A informação é de um estudo divulgado ontem pela Sociedade Brasileira de Pediatria, que fez um levantamento de 1997 a 2016 a partir de dados do Ministério da Saúde. Foram ao todo mais de 145 mil mortes de pessoas com até 19 anos. Quase metade dos óbitos em 2016 (45%) aconteceram no Nordeste, sendo 14% de todos os casos na Bahia. O número total cresceu com o tempo: só em 2016 foram 9.517, o dobro das mortes registradas em 1997 (4.846 casos).
Mas houve um ponto de mutação: após 2003, quando entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento, houve desaceleração tanto no total de mortes como no de internações devido a ferimentos por armas de fogo.
Essas internações custaram ao todo R$ 210 milhões ao SUS. A maior parte (67%) foi por tentativa de homicídio, mas um percentual bem alto (26%) foi por acidentes. Já em relação às mortes, a imensa maioria das foi por homicídio (94%), embora tenha havido "intenções indeterminadas (4%), suicídios (2%) e acidentes (1%).
Ainda olhando para os acidentes, fica mais fácil perceber o que representam em relação às mortes se fizermos uma continha e pensarmos nos números absolutos, em vez dos percentuais. Como foram 145 mil óbitos no período, temos que 1.450 crianças ou adolescentes morreram por tiros acidentais em 20 anos. Ou uma média de 72 por ano, ou seis por mês.
As matérias disponíveis não especificam a cor, o sexo e a renda familiar das vítimas. Até o momento do envio dessa newsletter, o link para o estudo completo ainda não estava no site da SBP.
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