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quinta-feira, 26 de novembro de 2020

A importância do SUS

no Outra Saúde (via e-mail)

Ontem, o IBGE divulgou mais dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-18. As primeiras informações começaram a ser divulgadas em abril e diziam respeito à alimentação dos brasileiros. Agora, saíram indicadores de despesas das famílias, vários deles sobre saúde

De acordo com o instituto, a despesa per capita com saúde no país foi de R$ 133,23, sendo R$ 90,91 (ou 68% desse montante) desembolsado diretamente na aquisição de produtos ou serviços. O restante – R$ 42,32, ou 31% – foi fornecido pelo Estado. Esse percentual vai a 42% quando se olha para os 10% mais pobres

A maior parte da despesa per capita foi com serviços (R$ 86,48) e o restante com medicamentos e produtos farmacêuticos (R$ 46,75). Famílias com idosos gastam mais com remédios e aquelas que têm crianças, com consultas.

Famílias em que todos os membros possuíam plano de saúde representam 18% do total, em contrate com a esmagadora maioria (64%) daquelas em que ninguém tinha convênio. São 133 milhões que ou usam o SUS para assistência ou precisam pagar do próprio bolso. "Esse dado já nos dá um panorama da importância do SUS para as famílias. No caso de haver desembolso direto, isso pode gerar efeitos perversos na estrutura de gastos das famílias, ou seja, mudança de alocações orçamentárias para garantir o acesso à saúde privado, diminuindo a demanda por outros bens e serviços", destaca o estudo.

Cerca de 26% das pessoas pertenciam a famílias que tiveram alguma restrição a serviços de saúde e 16% a medicamentos. A falta de dinheiro foi o principal motivo que entravou o acesso. Há uma grande distância entre as famílias que se enquadram nos 10% da população com maior renda e aquelas que estão no bolo dos 40% com menor renda. Apenas 1,2% das pessoas pertencentes ao estrato rico relatam dificuldade de acesso a serviço de saúde, enquanto isso foi realidade para 12,8% das mais pobres. 

A pesquisa mostrou também que 44,6% das pessoas viviam em famílias que avaliaram a saúde como boa, 28,9% como satisfatória e 26% como ruim. Dos que avaliaram a saúde ruim, 22% residiam em áreas urbanas e 4% em áreas rurais. Os residentes do Sudeste são os mais satisfeitos (19%), enquanto no Norte isso representa apenas 3% do total.

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