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domingo, 15 de janeiro de 2012

Governo é do Paraná... mas as prioridades são do Graciosa Country Club


Aeronave do governo vem antes de resgate para saúde


Gestão estadual quer comprar dois aviões e quatro helicópteros em 2012. Mas promessa de sistema de transporte de pacientes não deve sair neste ano


Uma das promessas do então candidato Beto Richa (PSDB) que mais gerou polêmica durante a campanha para o governo do Paraná, em 2010, não será cumprida pelo menos até a metade do mandato: a criação de um sistema de resgate aéreo, em todas as regiões do estado, com quatro helicópteros exclusivos para transportar pacientes em estado grave.
A promessa de campanha voltou à tona nos últimos dias, após a Copel ter comprado um avião (que será de uso compartilhado com o governador) por R$ 16,9 milhões. Também revelou-se na última semana que o governo tem a intenção de adquirir, ainda em 2012, outros dois aviões e dois helicópteros.
Campanha eleitoral
Promessa foi motivo de discussão
Durante a campanha eleitoral de 2010, a promessa de Beto Richa (PSDB) de implantar um sistema de resgate aéreo com quatro helicópteros espalhados pelo estado motivou discussões acirradas com seu adversário à época, Osmar Dias (PDT). Em seu programa eleitoral na tevê, Richa disse que haveria recursos no orçamento para implantar o serviço, pois o Paraná gastava R$ 300 milhões do orçamento da saúde para outras finalidades. Osmar criticou a proposta dizendo que as aeronaves teriam “dificuldade de voar em dias de chuva”. O tucano replicou. Disse que “helicóptero não é de açúcar” e que a única restrição ao voo seria em relação à visibilidade e não à chuva. (SM)
Ainda não há previsão dos modelos nem do investimento. Mas, em princípio, as novas aeronaves serão usadas para o deslocamento do governador e de sua equipe administrativa. A assessoria do governador não soube informar se os novos aviões e helicópteros também poderão ser compartilhados, emergencialmente, para o transporte de pacientes.
Enquanto isso, a Secretaria Estadual de Saúde não tem previsão orçamentária para a compra neste ano dos quatro helicópteros, prometidos na campanha, para resgate aéreo. Tam­­­pouco há algum projeto de implantação do sistema sendo desenvolvido. Com isso, o governo deve chegar à metade do mandato sem cumprir a promessa.
Sem os helicópteros exclusivos, a Secretaria de Saúde tem usado, por meio de um convênio com a Casa Militar, as aeronaves que compõem atualmente a frota estadual: seis aviões e quatro helicópteros (três aviões e os quatro helicópteros são da Polícia Militar/Bombeiros). A frota ligada ao sistema de segurança é utilizada em ações de salvamento a vítimas de acidentes em áreas urbanas, rurais e em rodovias; em operações da polícia e da Defesa Civil; e no patrulhamento ambiental e de fronteiras.
A Secretaria da Saúde, sem aeronaves próprias, fica condicionada à disponibilidade das demais aeronaves para transportar pacientes. Mas, segundo a secretaria, todas as vezes em que a pasta requisitou aeronaves – 58 ocasiões desde o início do ano até a última sexta-feira – conseguiu o empréstimo e transportou pacientes ou órgãos para transplante.
De acordo com o governo, o único avanço programado para este ano é o projeto de construção de helipontos em Londrina, Maringá e Cascavel para servir de base para ações do Programa Paraná Seguro, da Secretaria de Segurança. Esses pontos poderão, no futuro, servir de base também ao sistema de resgate aéreo.
Compreensão
A presidente do Conselho de Secretários Municipais da Saúde, Marina Sidinéia Martins, diz que o transporte aéreo exclusivo para emergências ainda não foi discutido entre o governo e a entidade. Ela afirma, porém, que o convênio com a Casa Militar tem bastado para atender à demanda. “Percebemos um esforço [do governo] e entendemos que é um investimento alto e que, em apenas um ano [de gestão], não é possível fazer tudo.”

COMENTÁRIO: Quando aqui no Blog insisto em chamar o governador pelo apelido de "Boneco de Ventríloquo", é disso que estou falando. O menino Beto (filho do José Richa) passou tempo demais frequentando as dependências do Graciosa Country Club e deixou de aprender muitas coisas com seu pai. 
Quem vê o menino sorrindo com o canto da boca enquanto vomita intermináveis frases feitas, por vezes decoradas, por vezes lidas no teleprompter, percebe a superficialidade com que o garotão encara o trato das coisas públicas. 
A promessa de campanha é risível. Nenhum sentido prático em dispor de uma frota de resgate aéreo exclusiva da saúde. A maioria absoluta dos casos atendidos que necessitam de transporte via helicóptero é constituída por acidentes de veículos em estradas. 
Nada que os helicópteros dos bombeiros, da Polícia Rodoviária Federal ou da Casa/Defesa Civil não possam dar conta. 
A prioridade dada à compra de aeronaves para consumo próprio e sua "entourage" mostra bem a que veio o menino governador.
Promessa vazia, vomitada no debate eleitoral e levada a sério apenas pelo alterego do menino Beto. 
Sim, alterego, pois o menino playboy do Graciosa abriga, lá no fundo da sua personalidade, um personagem que insiste em acreditar-se administrador...
O duro é que tem um monte de gente que acredita nisso... Talvez na mesma linha em que acredita em comercial de sabonete na TV.

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