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segunda-feira, 25 de maio de 2015

Curitiba: Linha Verde será laboratório de inovação urbana, com investimentos previstos de R$ 4,5 bilhões

O projeto da Linha Verde Sustentável, que abarca um conjunto de mais de 20 intervenções urbanas sob a responsabilidade da Prefeitura de Curitiba, foi apresentado nesta terça-feira (19), pelo secretário de Planejamento e Administração, Fábio Dória Scatolin. Ao todo, estão previstos investimentos públicos e privados de mais de R$ 4,5 bilhões nos próximos anos em obras e equipamentos nos 32 quilômetros de via – dos quais 18 quilômetros integram a Operação Urbana Consorciada Linha Verde, instrumento regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e que prevê a venda de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) para aplicação de recursos no local.
Do aporte previsto, R$ 2,1 bilhões devem vir do setor público, R$ 1 bilhão do setor privado e R$ 1,4 bilhão seria captado com a venda de Cepacs. Cerca de 80 mil pessoas de 23 bairros serão beneficiadas pelo projeto.
“A Prefeitura pretende transformar a Linha Verde em um laboratório de inovações urbanas, com iniciativas em parceria com universidades e grandes empresas. O projeto inclui, entre outras coisas, investimento em fontes renováveis de energia, cabeamento de fibra óptica para melhorar a capacidade de tráfego de dados e habitação popular com painéis de captação de energia solar”, elenca o prefeito Gustavo Fruet.

A apresentação da Linha Verde Sustentável é parte da programação do Smart City Business America Congress & Expo, maior evento da América Latina voltado para a promoção de soluções urbanas inteligentes. O evento, que tem apoio da Prefeitura, vai até o dia 21 de maio, no Expo Unimed, em Curitiba.
Malha
No projeto Linha Verde Sustentável, as obras – parte delas financiadas pelo PAC da Mobilidade – visam transformar a via num novo eixo de transporte urbano e metropolitano, com faixas para automóveis e canaletas exclusivas para ônibus. Dessa forma, o projeto também se integra às diretrizes propostas pela nova revisão do Plano Diretor, atualmente em análise pela Câmara dos Vereadores.
“A Linha Verde é o sexto eixo estrutural da cidade, e pretendemos estimular o adensamento ao longo dela. A via é base também do avanço urbano previsto na revisão do Plano Diretor, que o Ippuc e o prefeito encaminharam à Câmara. A partir deste instrumento, surge uma nova centralidade de Curitiba e cria-se uma malha de vias que irá eliminar a característica de cicatriz urbana que a Linha Verde carrega desde a época em que era uma rodovia federal”, diz Scatolin.
De acordo com o secretário, a intenção da Prefeitura é lançar uma nova oferta de Cepacs na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ainda em 2015. O valor captado na operação será aplicado no território delimitado para a operação urbana, em obras de eletromobilidade, iluminação inteligente, habitação popular, entre outras. "A oferta de Cepacs estabelece uma nova relação do Estado com o mercado. Não é mais o Estado desenvolvimentista, que determina no que o setor privado deve investir. Tampouco é o Estado liberal, em que o interesse público vai a reboque do interesse do mercado. No novo modelo, busca-se uma complementaridade, em que a cidade é coordenadora de um conjunto integrado de ações", explica Scatolin. A Linha Verde se interliga e cruza os quatro grandes investimentos em mobilidade previstos para os próximos anos na cidade: o metrô, o aumento na capacidade do BRT Leste-Oeste e o itinerário da linha Inter 2; todos integrantes do PAC Mobilidade, do governo federal.
Scatolin diz que a Prefeitura prioriza investir antes, para criar a infraestrutura física e garantir a atratividade da região. Na sequência, vêm os investimentos privados, como em shopping centers e edifícios comerciais. “Além disso, a região da Linha Verde já tem três universidades, com mais de mil PhDs que poderão pensar em soluções urbanas e contribuir na evolução da Linha.”
A Linha Verde Sustentável está apoiada em três grandes eixos: inovação sustentável, eficiência energética e geração distribuída. Atualmente, trabalha-se num conjunto de iniciativas para a via – tais como as obras que permitem a circulação de BRTs elétricos ou híbridos entre o Atuba e o Contorno Sul, em um total de 22 quilômetros de extensão, redes de infraestrutura de banda larga, semáforos e iluminação inteligentes, intervenções de drenagem e gestão de riscos, estações de sustentabilidade para a separação de resíduos pelos próprios cidadãos, além de moradias ao longo da via e no Campo de Santana, projeto que prevê a construção de mais de 4 mil residências populares.
Smart City Business
De acordo com os organizadores do congresso Smart City Business, a capital paranaense foi escolhida como sede por apresentar um conjunto atual de iniciativas sustentáveis, como os projetos de eletromobilidade – com táxis elétricos e ônibus híbridos –, os semáforos especiais para idosos e pessoas com deficiência e a Via Calma, além de um histórico de planejamento e inovações urbanas.

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