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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Curitiba: Maternidade Bairro Novo garante à gestante direito de escolher posição para o parto

Gestantes atendidas pela Maternidade do Bairro Novo são preparadas para ter o parto da forma mais natural possível, e da maneira que desejarem. Para isso a equipe trabalha com a utilização ou não de procedimentos farmacológicos e para atuar na posição mais confortável à mulher no momento do parto, que pode ser no chuveiro, sentada, semi-sentada, dorsal, quatro apoios, cócoras, em pé ou deitada.
Nos momentos que antecedem o parto, as gestantes recebem massagem, banho terapêutico, exercícios respiratórios e na bola. Também participam de caminhada, além de ter garantida a presença de acompanhante. Tudo para dar mais segurança e conforto na hora da chegada do filho.

Nos últimos dois anos, desde que a Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes) assumiu a gestão da Maternidade, foram realizados 4.278 partos, 75% deles normais, respeitando todos os desejos da mãe. “Conforme as contrações vão acontecendo, a mulher consegue perceber qual a posição fica mais confortável para passar por este momento tão importante. Isso varia para cada mulher, mas é importante que seja respeitado”, explica a diretora executiva da maternidade, Tereza Kindra.
Nos três primeiros meses deste ano, 272 partos foram em posições diferentes da litotomia - que é quando a mulher fica deitada de barriga para cima com os pés apoiados em estribos ou segurando as pernas -, utilizada antes de o parto humanizado ser inserido nas maternidades. Esta posição é necessária quando o médico precisa fazer intervenções, pois permite a melhor visualização do médico e área de manobra.
Luciane Rocha é mãe de três filhos. O mais novo nasceu no dia 19 de abril e ela optou por fazer o parto na posição chamada de ‘quatro apoios’, quando a mulher fica de quatro. “Como meu trabalho de parto demorou, fiz quase tudo que a maternidade oferecia. Massagem, banho, bola de fisioterapia. Quando o bebê estava para nascer, a posição mais confortável foi a de quatro e isso foi totalmente respeitado pela equipe que me acompanhava”, conta Luciane.
O primeiro filho dela, hoje com 10 anos, também nasceu na Maternidade do Bairro Novo, mas segundo Luciane, o parto foi traumático, e incluiu uma episotomia (corte no períneo) e a utilização do fórceps. “Aquele parto foi difícil. Meu segundo filho acabei tento de cesárea em outro hospital. Hoje tudo mudou na Maternidade, desde o acolhimento quando a gente chega lá, até o momento da saída. Todos os profissionais foram muito atenciosos comigo, impressão da Maternidade hoje é muito diferente da que tive há 10 anos”, ressalta.
Fabiola Azevedo é mãe de primeira viagem e optou por ficar sentada no banquinho embaixo do chuveiro no momento do parto. Acompanhada do marido, conta que recebeu apoio e carinho de toda a equipe, que a deixou a vontade no momento do nascimento do seu bebê. “Primeiro filho é comum a gente ficar apreensiva, mas recebi tanta atenção. Quando vi que a dor era mais amena no chuveiro, decidi que não sairia dali. A presença do meu marido também foi muito importante”.
A diretora da Maternidade explica que sempre é feita uma classificação de risco na gestante, casos mais graves são priorizados e quando nos casos indicados são realizadas cesáreas.
Humanização
A implantação do chamado parto humanizado na Maternidade do Bairro Novo, em que a natureza e vontade da gestante é respeitada, começou há três anos com a adesão ao programa Rede Cegonha do governo federal. Uma das diferenças mais marcantes dessa forma de parto são a atenção e cuidado com o delicado momento em que mãe e filho estão vivendo além dos procedimentos médicos, que muitas vezes não são necessários e mesmo assim utilizados na rotina de alguns hospitais, como a indução do parto, episiotomia, uso de anestesia, raspagem dos pelos pubianos e a cesárea.
“Tudo ocorreu de forma gradativa na Maternidade, já que para essa humanização é necessária uma mudança de cultura tanto das gestantes quantos dos profissionais que atuam no momento do parto”, ressalta Kindra.

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