A rotina no Hospital Universitário de Londrina a impulsionou a buscar a faculdade de Medicina. Mas só depois da implantação das cotas raciais é que ela decidiu fazer vestibular. Desde então, foram três anos conciliando o trabalho e o cursinho – mais as responsabilidades como mãe e esposa. Lucilene só se inscreveu em universidades que ofereciam cotas e, além da UEPG, passou na Federal de Santa Catarina, mas preferiu ficar no Paraná. A auxiliar de enfermagem acredita que não teria chances de se tornar médica se tivesse de concorrer, de igual para igual, com quem se preparou em escolas particulares por muito tempo.
"O que tem fome e te rouba o último pedaço de pão, chama-o teu inimigo... Mas não saltas ao pescoço do teu ladrão que nunca teve fome." Bertolt Brecht
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Na faculdade, graças às cotas
Katia Brembatti na Gazeta do Povo
Natália Ridão Curty, 19 anos, também é caloura de Medicina na UEPG. “Tem cursos que são elitistas. Se a pessoa não faz cursinho, não passa mesmo”, diz a cotista, que se define como parda. Ela conta que tem muitos familiares doentes e que a rotina de peregrinar no sistema público de saúde em busca de atendimento a ajudou a escolher a profissão que quer exercer. As duas calouras asseguram que não sentiram nenhum tipo de preconceito na turma – nem pela cor, nem pela forma de acesso à universidade. E, apesar de apontarem mais os aspectos econômicos da desigualdade, como o desnível da formação na escola pública, elas defendem que a dívida histórica do Brasil com os negros só será diminuída com políticas de inclusão.
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