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domingo, 28 de novembro de 2010

Argentina veta manicômios e limita internações psiquiátricas

GUSTAVO HENNEMANN
DE BUENOS AIRES
Senado argentino aprovou anteontem, por unanimidade, a Lei de Saúde Mental, que proíbe a criação de novos manicômios públicos ou privados e prioriza o tratamento de doenças psíquicas sem internações.
Para que o Estado ou a família interne um paciente contra sua vontade, será necessária a recomendação de uma equipe "multidisciplinar" e não só de um psiquiatra, como era até então.
Um juiz não poderá mais determinar internações de forma autônoma e só pode interditar direitos, como o voto e o casamento, por um prazo inicial de três anos. Depois, haverá avaliações.
Os casos de internação serão fiscalizados por um órgão que terá a participação de entidades de defesa dos direitos humanos.
Os manicômios argentinos terão de se adaptar à nova legislação até serem substituídos por "casas de convivência" ou "hospitais dia", alternativas previstas mas não detalhadas pela norma.
A lei prevê aumento dos recursos disponíveis e exige que, em três anos, 10% do orçamento da Ministério da Saúde sejam usados na "promoção da saúde mental".
Hoje, 25 mil pacientes vivem em manicômios na Argentina, sendo que 80% estão internados há mais de um ano. No entanto, boa parte deles pode ser tratada sem internações, dizem organizações de direitos humanos.
Apesar de obter unanimidade nos setores políticos, a norma foi criticada por diretores de asilos psiquiátricos. Segundo eles, a lei complica os processos de internação, que continuarão sendo imprescindíveis ao menos nas próximas décadas.
No Brasil, a reforma psiquiátrica de 2001 também trocou o atendimento concentrado nos hospitais para a rede pulverizada de Centros de Atenção Psicossocial, com o objetivo de reinserir os pacientes na sociedade, em vez de interná-los.http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/837079-argentina-veta-manicomios-e-limita-internacoes-psiquiatricas.shtml

SAÚDE MENTAL E  DIREITOS HUMANOS COMO DESAFIO ÉTICO PARA A CIDADANIA
 

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