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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Manual básico de gestão hospitalar...

1 - Quando um serviço hospitalar  em estado de "coma" administrativo resolve adotar a "solução mágica" que consiste em "fechar o Pronto Socorro", está assumindo que o passo seguinte será a assinatura do Atestado de Óbito da instituição.

2 - Se você está a beira do abismo, a última pessoa com quem você vai romper, é aquela que paga as suas contas...

3 - Se eu tenho dinheiro para receber de alguém e este dinheiro depende de MINHA prestação de contas e eu não procedo a esta prestação, estarei sendo no mínimo irresponsável com as pessoas que dependem de mim.


Um comentário:

  1. Estimado Mario, excelente síntese da "Introdução ao treinamento básico em gestão hospitalar". Se vc me permite me arvoro numa reflexão mal elaborada e que vem das produndezas de minha mente esquisita, que insiste em acreditar que tais "gestores" não estão nem aí com coisa alguma além dos seus próprios umbigos.
    Marx, em O Capital, sabiamente já nos ensinou sobre as idiossincrasias da Medicina do final do século XIX que cabe milimetricamente aos tais gestores, sua medicina e seu (des)compromisso com qualquer coisa que não seja espelho. Disse o "velho" Marx: "A medicina vai bem, mas o doente vai mal. Qual o segredo profundo desta ciência original? É banal: certamente não é o paciente que acumula capital".
    Da lição aprendida de Marx tiro que o Hospital vai mal, talvez não acumule capital, mas as equipes - especialmente de algumas áreas bastante rentáveis e terceirizadas - vão muitíssimo bem, obrigado! Hemodinâmica, vai mal? TMO, vai mal? Diálise, vai tão mal? Transplantes em geral, vão mal?
    A segunda lição que a "intercorrência" sucita é que os gestores privados, invariavelmente dependentes do SUS, sempre utilizaram muito bem seus mecanismos de pressão com sucesso, mesmo que seus intentos sejam pouco ou nada relevantes para a cidade e para os cidadãos. Creio que o sucesso de tais mecanismos de pressão são diretamente proporcionais ao perfil dependente, fraco e amistoso do gestor público.
    É necessário que os prestadores, que dependem do SUS e sob sua norma devem atuar, pois não nos vendem televisores ou carros, vendem procedimentos e conhecimentos que buscam guardar vidas, sejam doutrinados lentamente, como "cães" - sem ofensa aos gestores e aos cães - a negociar em outras bases, mais claras, mais transparentes e mais justas, como parceiros, lembrando que um lado da parceria representa o interesse de todos os curitibanos, legítimo. A outra parte defende o interesse da instituição hospitalar e dos seus trabalhadores, muitas vezes também de forma legítima, mas inferior ao primeiro.
    Parcerias dependem de relações minimamente decentes e cumprimento de normas elementares pré-estabelecidas na relação entre as partes.
    Um abraço, mas acho que o SUS Ctba é muito dependente de alguns prestadores privados, o que nos coloca na parede a todo momento. Parece-me que pensar em estatização do complexo é irreal, mas é urgente que sejam erigidas novas formas de relação.
    Antonio C Nascimento (SMS Ctba).

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