por Cleo Guimarães em O Globo
Lisa Mackey usa sua experiência pessoal e uma pesquisa feita com 150 mulheres entre 35 e 45 anos para dar um “curso de atualização para secretárias do lar”, no próximo dia 25. Ela conversou com a coluna.
Por que você criou este curso?
Porque eu passei um ano e meio trabalhando em casa e quase enlouqueci com as empregadas.
Como assim?
Senti que elas perderam a noção do limite. Teve uma que eu pedi para chegar às 7h30 e botar a mesa do café. Ela disse para mim: “Eu não! Imagina se vou botar mesa de café para madame!”. Essa falta de limite foi muito lembrada também na pesquisa que fiz.
O Brasil é um do únicos países do mundo em que ainda é comum ter uma empregada doméstica sempre por perto para te servir, que dorme num quartinho dos fundos...
Sim, tenho uma amiga que mora fora e fica chocada com isso. Mas é muito cultural, né? As condições no Brasil não favorecem a vida sem as empregadas, no exterior você vê mil eletrodomésticos que facilitam a vida, comidas pré-prontas. Aqui não tem muito isso.
Quais as falhas mais comuns citadas na pesquisa?
Alguns exemplos: empregada que pendura o pano de prato no ombro; a que fala muito ao celular e depois diz que não deu tempo de passar toda a roupa; a que se recusa a usar touca e uniforme; e as que ficam falando das tragédias do bairro onde moram. Muitas têm vergonha de usar uniforme de doméstica na rua. Eu não entendo isso. É um símbolo de status. As empregadas de novela usam. A roupa mostra que ela tem um emprego bacana, que a patroa se preocupa com o seu visual.
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