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sexta-feira, 5 de junho de 2015

Transplante histórico em Londrina envolve helicóptero, PM e mais de 120 profissionais

Menina de 6 anos foi a primeira criança a ser submetida a um transplante cardíaco pediátrico realizado na cidade

na Gazeta do Povo


Helicóptero, avião, 20 batedores da Polícia Militar para escolta de um órgão do Aeroporto de Londrina até a Santa Casa da cidade, mais de 120 pessoas envolvidas e apenas quatro horas para retirar um coração em Joinville (SC), trazê-lo a Londrina e, finalmente, salvar a vida da primeira criança a receber um transplante cardíaco na cidade. Duas horas e quarenta minutos depois da chegada do órgão à cidade, já batia no peito da menina, saudável, o resultado de toda a mobilização. A cirurgia ocorreu no dia 1.º de junho e foi um sucesso.

Quatro dias depois do transplante, um dos médicos da equipe de 11 profissionais que atuaram na cirurgia,Luiz Takeshi (foto) informa: “Ela está bem”. A equipe que participou do procedimento deu uma entrevista coletiva à imprensa nesta sexta-feira (5), no Hospital Infantil de Londrina.

Takeshi detalhou a complexa operação logística para retirar o coração de uma adolescente de 16 anos, que morreu em um acidente de trânsito em Joinville, e transplantá-lo em Londrina. A receptora, uma menina de 6 anos, estava internada há 115 dias devido a uma miocardite – processo inflamatório contínuo, causado por vírus ou bactérias.

Sem um coração novo, ela tinha poucas chances de sobreviver. Segundo os médicos, todos os tratamentos já tinham sido aplicados sem resultado positivo. “Ela só piorava e não teria muitas chances se não fosse o transplante”, apontou o médico. “Não é simples encontrar um coração, ir de um estado para o outro com o órgão, reunir uma equipe enorme e, no fim, dar tudo certo”, comemorou. De acordo com o médico, organizar toda a estrutura de profissionais foi a tarefa mais árdua. O custo parcial da operação para salvar a criança passa de R$ 130 mil.

Agora, a criança está na UTI. Segundo a equipe médica, ela respira sem aparelhos e já se alimenta. “Quando ela acordou, estava com muita fome. Pediu frango e suco de maçã e nos deixou muito felizes”, contou Takeshi. “Depois de mais de 100 dias acompanhando o caso, é como se fosse alguém da família”.

Para Takeshi, são tantas as variáveis para uma cirurgia desse porte dar certo que a equipe considerou o fato como um “verdadeiro milagre”. Apesar do feito, o médico permanece cauteloso. “Ainda é cedo para previsões. Ela está razoavelmente bem e o período crítico já passou. Mas durante toda a vida precisará ser monitorada e tomar cuidados”, explicou. “No entanto, terá condições de se tornar uma criança como outra qualquer.”

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