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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

SUS e INSS gastam R$ 37 mi por ano com fumo passivo

Transcrito da página do CONASEMS

Considerado a terceira maior causa de mortes evitáveis do mundo, o tabagismo passivo custa aos cofres públicos pelo menos R$ 37, 4 milhões anuais. Desses, R$ 19, 1 milhões são gastos com tratamentos e internações no SUS ( Sistema Único de Saúde) e R$ 18, 3 milhões com o pagamento de benefícios e pensões às famílias das vítimas. As estimativas, divulgadas ontem pelo Inca ( Instituto Nacional de Câncer) , tomam como base um estudo anterior que apontava que 2. 655 fumantes passivos ( moradores de centros urbanos, com mais de 35 anos, que nunca fumaram e moram com pelo menos um fumante) morreram no país em 2003 pelos principais problemas relacionados com a exposição involuntária à fumaça: câncer de pulmão, doenças isquêmicas do coração ( como infarto e angina) e acidentes vasculares cerebrais. Isso equivale a sete óbitos por dia.
Apesar de os dados não serem recentes, o Inca avalia que os números não mudam muito de ano para ano e calculou o impacto anual do fumo passivo no orçamento nacional. Conduzido pelo pneumologista e sanitarista Alberto José de Araújo, do Nett ( Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo) , da UFRJ, o novo estudo revelou que as doenças isquêmicas do coração são as mais dispendiosas. Responsáveis pela morte de 1. 224 não-fumantes, elas consomem R$ 12, 2 milhões do SUS e R$ 8, 4 milhões do INSS. Em seguida vêm os acidentes vasculares cerebrais, aos quais são atribuídas 1. 359 mortes por ano. Ocusto destas mortes é de R$ 6, 65 milhões para o SUS e de R$ 9, 35 milhões para o INSS.
No caso das 72 mortes por câncer de pulmão, os custos foram de R$ 302 mil e R$ 500 mil, respectivamente. Para Araújo, os óbitos e custos elevados mostram que "parar de fumar éuma atitude de responsabilidade social". Achefe da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, Tânia Cavalcante, diz esperar que os números alertem para a necessidade de leis mais rígidas contra o fumo em ambientes fechados. Segundo ela, a proibição do cigarro em bares e restaurantes pode trazer mais conscientização para as pessoas sobre o risco de se fumar dentro de casa.
O estudo divulgado ontem (30) usa como base o número de mortes atribuíveis ao tabagismo passivo em 2003, divulgado pelo Inca em agosto passado. Para calcular o custo do tratamento, Araújo utilizou dados da tabela de repasses do SUS e de um painel de especialistas, que apontou as características do tratamento de cada uma das doenças analisadas. A equação criada leva em conta a média de dias de internação, a probabilidade de intervenção cirúrgica e a necessidade de medicação, entre outros.

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