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São 71 espécies com potencial terapêutico, para orientar a cadeira produtiva e o desenvolvimento de pesquisas
Uma lista com 71 plantas de interesse do SUS está sendo divulgada pelo Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério da Saúde. Dentre algumas espécies constam a Cynara scolymus (alcachofra), Schinus terebentthifolius (aroeira da praia) e a Uncaria tomentosa (unha-de-gato), usadas pela sabedoria popular e confirmadas cientificamente, para distúrbios de digestão, inflamação vaginal e dores articulares, respectivamente.
A Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS (Renisus) apresenta plantas medicinais que apresentam potencial para gerar produtos de interesse ao SUS. A finalidade da lista é orientar estudos e pesquisas que possam subsidiar a elaboração da relação de fitoterápicos disponíveis para uso da população, com segurança e eficácia para o tratamento de determinada doença. Atualmente, são oferecidos fitoterápicos derivados de espinheira santa, para gastrites e úlceras, e de guaco, para tosses e gripes.
“Chegamos a 71 espécies depois de fazer um levantamento nos municípios que utilizavam fitoterápicos. Também priorizamos a inclusão de plantas nativas, que possam ser cultivadas em pelo menos uma das regiões do país e que possam atender às doenças mais comuns nos brasileiros”, explica o diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica, José Miguel do Nascimento Jr.
De 2003 a 2006 o Ministério da Saúde, por meio do Departamento de Ciência e Tecnologia financiou 74 projetos na área de Fitoterapia. Cerca de R$ 10 milhões foram destinados à pesquisas nessa área. Além disso, a Renisus vai subsidiar as ações dos outros ministérios participantes do Programa (Ministérios da Casa Civil; Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Cultura; Desenvolvimento Agrário; Desenvolvimento Social e Combate a Fome; Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior; Ciência e Tecnologia; Integração Nacional; e Meio Ambiente). A Renisus deverá ser revisada e atualizada periodicamente, a critério do Ministério da Saúde.
FITOTERÁPICOS - O Sistema Único de Saúde (SUS) pretende ampliar, a partir de 2009, a lista de medicamentos fitoterápicos disponíveis na assistência farmacêutica básica em todo o país. O Ministério da Saúde também espera que com o Programa, os Estados possam se sentir estimulados a oferecer o serviço com esse tipo de medicamento – são 12 Estados ao todo que já oferecem.
Fitoterápico, de acordo com a legislação sanitária brasileira, é o medicamento obtido exclusivamente a partir de matérias-primas ativas vegetais. Os fitoterápicos utilizados pelo SUS são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e, por isso, são considerados seguros e eficazes para a população.
De acordo com Nascimento, o programa tem um viés social, que mobiliza diversas áreas importantes, como a agricultura familiar, por exemplo. “É um instrumento de geração de emprego e renda, de desenvolvimento local e estruturação na cadeia produtiva, pois mobiliza desde o cultivo da planta medicinal até a produção do fitoterápico”.
O Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, instituído em dezembro de 2008 pela Portaria nº 2.960, tem como um de seus objetivos inserir, com segurança, eficácia e qualidade, plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à Fitoterapia no SUS. O Programa busca, também, promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros.
Conheça as plantas medicinais que compõem a RENISUS:
Espécies vegetais | ||||
1 | Achillea millefolium | | 37 | Lippia sidoides |
2 | Allium sativum | 38 | Malva sylvestris | |
3 | Aloe spp* (A. vera ou A. barbadensis) | 39 | Maytenus spp* (M. aquifolium ou M. ilicifolia) | |
4 | Alpinia spp* (A. zerumbet ou A. speciosa) | 40 | Mentha pulegium | |
5 | Anacardium occidentale | 41 | Mentha spp* (M. crispa, M. piperita ou M. villosa) | |
6 | Ananas comosus | 42 | Mikania spp* (M. glomerata ou M. laevigata) | |
7 | Apuleia ferrea = Caesalpinia ferrea * | 43 | Momordica charantia | |
8 | Arrabidaea chica | 44 | Morus sp* | |
9 | Artemisia absinthium | 45 | Ocimum gratissimum | |
10 | Baccharis trimera | 46 | Orbignya speciosa | |
11 | Bauhinia spp* (B. affinis, B. forficata ou B. variegata) | 47 | Passiflora spp* (P. alata, P. edulis ou P. incarnata) | |
12 | Bidens pilosa | 48 | Persea spp* (P. gratissima ou P. americana) | |
13 | Calendula officinalis | 49 | Petroselinum sativum | |
14 | Carapa guianensis | 50 | Phyllanthus spp* (P. amarus, P.niruri, P. tenellus e P. urinaria) | |
15 | Casearia sylvestris | 51 | Plantago major | |
16 | Chamomilla recutita = Matricaria chamomilla = Matricaria recutita | 52 | Plectranthus barbatus = Coleus barbatus | |
17 | Chenopodium ambrosioides | 53 | Polygonum spp* (P. acre ou P. hydropiperoides) | |
18 | Copaifera spp* | 54 | Portulaca pilosa | |
19 | Cordia spp* (C. curassavica ou C. verbenacea)* | 55 | Psidium guajava | |
20 | Costus spp* (C. scaber ou C. spicatus) | 56 | Punica granatum | |
21 | Croton spp (C. cajucara ou C. zehntneri) | 57 | Rhamnus purshiana | |
22 | Curcuma longa | 58 | Ruta graveolens | |
23 | Cynara scolymus | 59 | Salix alba | |
24 | Dalbergia subcymosa | 60 | Schinus terebinthifolius = Schinus aroeira | |
25 | Eleutherine plicata | 61 | Solanum paniculatum | |
26 | Equisetum arvense | 62 | Solidago microglossa | |
27 | Erythrina mulungu | 63 | Stryphnodendron adstringens = Stryphnodendron barbatimam | |
28 | Eucalyptus globulus | 64 | Syzygium spp* (S. jambolanum ou S. cumini) | |
29 | Eugenia uniflora ou Myrtus brasiliana* | 65 | Tabebuia avellanedeae | |
30 | Foeniculum vulgare | 66 | Tagetes minuta | |
31 | Glycine max | 67 | Trifolium pratense | |
32 | Harpagophytum procumbens | 68 | Uncaria tomentosa | |
33 | Jatropha gossypiifolia | 69 | Vernonia condensata | |
34 | Justicia pectoralis | 70 | Vernonia spp* (V. ruficoma ou V. polyanthes) | |
35 | Kalanchoe pinnata = Bryophyllum calycinum* | 71 | Zingiber officinale | |
36 | Lamium album |
Na época estive - através de convite da Dra. Margrid Teske, proprietária e entusiasta da fitoterapia - numa visita ao laboratório Herbarium o qual havia passado por dificuldades sérias dado a mudanças muito específicas na legislação de farmacos e que pareciam ter acontecido "por encomenda" do lobby do mal...
Em tempo: bem que na lista acima a turma do MS poderia ter colocado ao lado do nome científico o nome popular das plantas. Confesso que fiquei flutuando na maioria dos nomes...
Para quem se interessa pelo tema, o Herbarium editou e publicou um "Compêndio de Fitoterapia" (uma das autoras é a própria Dra Margrid Teske juntamente com a Dra Anny Margaly M. Trentini). Na introdução do livro, a seguinte frase:
"Este compêndio é dedicado a todos aqueles que têm consciência de que a fitoterapia é hoje, antes de tudo, uma cultura, não apenas uma moda."
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