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quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Cadê o Médico?




A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) promove, durante o Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas, um abaixo-assinado revindicando do Governo Federal soluções imediatas para a falta de médicos na rede pública de saúde.

A intenção é envolver prefeitos, secretários municipais, vereadores e demais autoridades locais presentes no encontro em uma manifestação pela oferta de serviços públicos universais de qualidade na área da saúde.

A proposta da FNP reivindica a adoção imediata das medidas necessárias para a contratação de médicos formados em outros países. Atualmente, o Brasil tem 1,8 médicos por mil habitantes. Em outros países da América Latina, como Argentina e Uruguai, essa proporção ultrapassa três médicos por mil habitantes. O padrão mais utilizado internacionalmente é de 2,7 médicos por mil habitantes. Esta proporção é encontrada no Reino Unido.

Assessoria de comunicação da FNP.

7 comentários:

  1. Deviam era pagar salários decentes,isso sim.

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  2. Médico do Saúde da Família nos municípios do Paraná ganha mais de R$ 10 mil. Em Curitiba chega a R$ 14 mil. A própria FENAM diz que não é o salário (isoladamente) o responsável pela falta de médicos no interior, mas sim a falta de condições de trabalho.

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  3. Sou dentista, minha esposa é médica pediatra e para tirar R$ 14 mil "limpos" ao final do mês, se possível fosse, teria que trabalhar como escrava e, via de regra, em condições precárias sob o ponto de vista dos direitos trabalhistas.
    Mario Lobato, em seu comentário posterior acerta, a questão não é salarial apenas, de 10 ou 14 mil. Isso é simplificação extrema do sério problema estrutural dum país onde a prática médica é anfíbia, hora na terra privada, hora no úmido público.
    Salário é fator importante de desmotivação para quem já faz parte de uma instituição, mas não é nem nunca será um fator de motivação (a teoria não é minha, tiro das Teorias de Maslow de Herzberg, ambas no campo motivacional das pessoas).
    O problema, já discutimos anteriormente aqui no blog, está no processo de formação médica e nos interesses do próprio médico após egresso da universidade, que está anos-luz distante de centrar sua vida profissional na saúde pública, preferindo o subemprego e o stresse dos 4 ou 5 vínculos em diferentes hospitais, consultório, planos, etc. Algum dia veremos a medicina como profissão de Estado. Alguém aí aceita um bombeiro particular, um juiz privado? Por que aceitamos um médico mercador? (Em tempo: palavra "mercador" não tem conotação ofensiva, reporta o médico "vendedor" de procedimentos).
    Em tempo 2: acompanho acadêmicos quintanistas de odontologia e, junto com professor da Medicina, sextanistas de medicina, em internato de saúde comunitária em Mandirituba todas as semanas. Invariavelmente o sextanista de medicina está mais preocupado em se preparar para a prova de residência do ano seguinte do que com o último ano do curso ou com o próprio internato. É uma questão complicadíssima.
    A mobilização da FNP é justa e bem vinda.
    Abraços, Antonio C Nascimento.

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  4. Concordo que os novos médicos (recém formados) estão mais preocupados com a prova de residência do que com os pacientes do seu posto de saúde ou do seu plantão em hospital público, isto ficou visível com o que aconteceu na capital do país a alguns dias atrás. Enquanto tem pessoas que se formam lá fora e querem trabalhar aqui ajudando pessoas de comunidades carentes e com um poder aquisitivo menor, mesmo tendo que trabalhar como escravo para ganhar 10 mil (R$10.000,00 para 1 pessoa é um bom dinheiro), o corporativismo do CRM, CFM e outras siglas mais continuam dizendo que o Brasil tem um número suficiente para atender a população. Como escreveu o Antonio Nascimento: A mobilização da FNP é justa e bem vinda. Abraços!

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    1. O SUS PAGA SÓ R$4,00 POR CONSULTA BÁSICA, R$ 10,00 PARA CONSULTA COM ESPECIALISTA, R$ 37,80 POR UM TRABALHO DE PARTO QUE PODE DEMORAR HORAS (E DESSE VALOR RIDÍCULO NEM 1/3 PARA NA MÃO DO MÉDICO).

      OS CONVÊNIOS PARTICULARES NÃO PAGAM MUITO MELHOR: R$200,00 POR UM TRABALHO DE PARTO QUE PODE DEMORAR HORAS.

      --> ISSO ESTÁ ACONTECENDO SENDO QUE "FALTA" MÉDICOS, IMAGINA SE ESTIVER SOBRANDO!?! <--


      E POR QUE ELES NÃO VÃO PARA O INTERIOR GANHAR R$10.000,00?? PORQUE LÁ FALTA ESTRUTURA PARA UMA BOA PRÁTICA MÉDICA. É PREFERÍVEL FICAR TRABALHANDO 50 HORAS SEMANA E GANHANDO R$6.000,00 NAS GRANDES CAPITAIS DO QUE IR PARA O INTERIOR COMETER IATROGENIA POR FALTA DE CONDIÇÕES DE TRABALHO E SER FACILMENTE PROCESSADO POR "ERRO MÉDICO".

      POR QUE NÃO INVESTEM PELO MENOS 6% DO PIB EM SAÚDE SE A CONSTITUIÇÃO PREVÊ MAIS DE 10%?? EM VEZ DE PREJUDICAR AINDA MAIS ESSA PROFISSÃO JÁ TÃO DESVALORIZADA NO BRASIL. DÊEM CONDIÇÕES NO INTERIOR!! NÃO OBRIGUEM A FAZER UMA MÁ PRÁTICA MÉDICA ENTUPINDO O BRASIL DE MÉDICOS DESQUALIFICADOS!!!



      http://www.blogdasaude.com.br/saude-corporativa/2010/05/27/um-parto-equivale-a-uma-escova-progressiva/

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  5. Sr Anônimo-25 de janeiro-11:49.
    Quem criou esta situação caótica no país? Foram os médicos? Ora ora...! O Senhor não sabe o que acontece em outros países, então não arrisque falar o que não estudou ou estuda. Em outros países continentais como o Brasil (Canadá ou Austrália) o problema é o mesmo. ENtretanto, o tratamento é diferente e muito levado a sério. NÃO FICAM DEMONIZANDO MÉDICOS PARA SE EXIMIR DA CULPA. Criam-se equipes específicas que estudam meios para fixar o médico e os profissionais de saúde em áreas remotas ou rurais, porque nestes países é igualmente difícil. Criam-se associações de defesa, estímulo, motivação, incentivo, e além disso tudo de treinamento para estes profissionais. OFERECEM POSTOS DE SAÚDE DIGNOS, LIMPOS, DECENTES, EQUIPADOS, COM PRONTUÁRIO, COM RECURSOS MÍNIMOS, e ainda assim é difícil por lá também. No ano de 2011 o Canadá investiu 40 milhões de dólares nesta tarefa. Aqui os Prefeitos querem tratar médicos como escravos em postos de saúde que sequer prontuário disponibilizam. Fins eleitoreiros, na maior parte das vezes. É uma vergonha o que assistimos, mas não venha o senhor transferir a culpa. Vá atender crianças e não ter o que medicar. Vá tratar a miséria e a fome com remédios que não resolvem nada disso. Vá tratar as bicheiras, a carne humana apodrecendo porque não se tem para onde encaminhar. O senhor tem um plano de saúde? Ah, posso apostar que tem. E aposto também que paga caro por ele (se não paga do seu bolso, alguém para para o senhor). Deixaram a Saúde suplementar, que nada suplementa, acabar com o SUS. Inventam UPAs SAMUS, tudo maquiagem, uma enganação só, eleitoreira e desonesta para com os profissionais e o povo que necessita. Distorceram assistência médica neste país MAS NÃO FORAM OS MÉDICOS QUE CRIARAM ESTE MONSTRO! Talvez um ou dois, sim. Destes que resolveram explorar os colegas, e que levantaram fortunas criando planos de saúde, e hoje vendem-no a um valor escandalosamente aviltante para que empresas americanas possam vir também tirar um pedaço do seu bolso e de seu sangue, neste mercado dilacerado da medicina (privada) suplementar que tenta suprir (um novo SUS) as deficiências do SUS. Vá cursar uma faculdade de Medicina. Forme-se e mude com sua família para o interior, onde será explorado por um prefeito que lhe dará uma mesa e um aparelho de pressão para dar assistência (ah, esqueci da ambuláncia na porta para levar a vítima para quilometros de distância, "tentar" uma vaga quando tiver uma apendicite que seja, chegando lá supurada depois de tanto tempo de espera...). É fácil falar meu senhor. Mas é melhor estudar um pouco mais o assunto. Pense um pouquinho também em sua velhice. Planos de saúde podem não durar para toda a vida.

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  6. Os médicos formados no exterior "desafiarão" os médicos com CRM a se especializarem para conseguir manter o destaque na sua área de atuação, que nos dias atuais possui poucos resquicios de sobrenaturalidade.

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