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Um estudo desenvolvido pelo Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) mostra que nenhuma das seis capitais pesquisadas, entre elas Curitiba, tem nível de poluição atmosférica dentro dos novos limites aceitáveis propostos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A média diária anual recomendada é de dez microgramas de material particulado inalável fino por metro cúbico.
Curitiba apresentou 16,5 microgramas por metro cúbico. Ficou em melhor situação do que São Paulo (28,1) e Rio de Janeiro (19), no mesmo patamar de Belo Horizonte (16,5) e em pior quadro se comparada a Porto Alegre (16,3) e Recife (11,1).
O estudo foi encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente, que recebeu os resultados no dia 25 de junho, mesma data em que as cidades envolvidas na pesquisa foram informadas dos números. Como houve contestações de todos os estados, o Ministério ainda não validou o estudo e está aguardando que os órgãos ambientais "apresentem por escrito sugestões para aperfeiçoamento", informou a assessoria de imprensa da pasta.
Celso Augusto Bittencourt, diretor de Estudos e Padrões Ambientais do Instituto Ambiental do Paraná, diz que a sugestão do estado será para que o trabalho (as medições) seja repetido e que os equipamentos sejam instalados nas estações de monitoramento do IAP. Segundo Bittencourt, a medição foi feita em um ponto do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná no período de maio de 2007 a agosto de 2008. Ele lembra que essa fase coincidiu com duas obras na região: do binário, entre agosto de 2006 e fevereiro de 2008, e da Linha Verde, de abril a dezembro de 2007. O IAP, então, alega que os resultados de uma estação não podem ser usados para caracterizar toda uma região e ainda durante um período atípico (com obras). O diretor cita um trecho do estudo que diz que "em Curitiba e Porto Alegre não foi possível determinar a exata participação das fontes automotivas nas emissões. Estavam agrupadas com solo".
Monitoramento
Aimara Tavares Puglielli, química do Laboratório de Qualidade do Ar da Diretoria de Estudos e Padrões Ambientais do IAP, afirma que a qualidade do ar em Curitiba é melhor hoje do que na década de 1990. De acordo com ela, isso é possível devido à modernização dos motores dos veículos, que emitem menos poluentes, e à melhora na qualidade dos combustíveis.
Aimara conta que o IAP emite relatórios semanais, mensais e anuais sobre a qualidade do ar, que pode ser boa, regular, inadequada, má e péssima. As duas primeiras são condições aceitáveis, explica a química. Segundo ela, este ano, até junho, houve uma ocasião em que foi registrada uma situação inadequada que o IAP classifica como violação na estação da Praça Ouvidor Pardinho. Em 2008, foram quatro violações, todas registradas na Ouvidor Pardinho: uma em fevereiro e três em julho. No ano anterior, foram três violações: na estação da Santa Casa (um dia em julho) e na Ouvidor Pardinho (um dia em setembro e outro em outubro).
Aimara e Bittencourt garantem que na maioria das 13 estações a situação do ar é boa. O local mais crítico é Colombo, devido à presença das indústrias de cal. Mas, completam, a qualidade ainda fica dentro dos padrões.
O Instituto Ambiental do Paraná faz o monitoramento da qualidade do ar desde 1985. Para isso, conta com cinco estações manuais (uma em Curitiba, uma em Colombo e três em Araucária) e oito estações automáticas (três em Curitiba e cinco em Araucária). As estações automáticas começaram a funcionar a partir de 2000.
É essa rede de 13 estações que faz a medição da poluição atmosférica. São monitorados, em dez estações, os sete parâmetros indicados pela Organização Mundial de Saúde. As três mais antigas não consideram todos os parâmetros. Por um período, o IAP contou com apenas 11 estações porque duas estavam paralisadas devido a atos de vandalismo. A estação do Boqueirão ficou paralisada de outubro de 2007 até meados de julho, quando foi reativada. A estação do Lactec está desativada desde junho de 2006 e só deverá voltar à ativa em 2010.
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