O Estado do Paraná
A partir de sexta-feira, cerca de 450 médicos plantonistas dos hospitais privados de Londrina vão deixar de atender procedimentos de urgência e emergência pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A medida foi decidida pela Associação Médica de Londrina (AML) devido à falta de pagamento dos incentivos previstos em contrato com a prefeitura. Com isso, os plantonistas devem deixar de atender a cerca de 300 pacientes por dia nos três maiores hospitais da cidade.
De acordo com a Irmandade Santa Casa de Londrina (Iscal), a exclusão de especialistas das escalas de plantão deve causar impactos nos quatro maiores hospitais da cidade - Evangélico, Santa Casa, Infantil e do Câncer.
Juntos, os quatro hospitais respondem por 60% de todo atendimento feito pelo SUS no município. Serão afetados os serviços de urgência e emergência e o de terapia intensiva pediátrica e neonatal, realizado nas UTIs pediátricas e neonatais. Apenas os pacientes que já estão internados continuarão sendo atendidos normalmente.
Para a AML, o contrato entre os hospitais e a Autarquia Municipal de Saúde para atendimento de urgência e emergência e UTI neonatal e pediátrica, assinado em 1996 e revalidado pela última vez em 2007, foi quebrado unilateralmente pela prefeitura, com a falta do pagamento dos incentivos, os quais não seriam repassados há quatro meses.
De acordo com a associação, o último pagamento foi realizado em junho. "Soubemos que eles teriam pago parte dos valores devidos em juízo pela imprensa e não houve negociações com os gestores municipais", afirma o presidente da Associação Médica de Londrina (AML), Antonio Caetano de Paula. Para a AML, o contrato entre os hospitais e a Autarquia Municipal de Saúde é legal e foi firmado seguindo normas do próprio Ministério da Saúde.
Os médicos condicionam o retorno dos atendimentos ao pagamento dos incentivos municipais em atraso, além do compromisso da administração municipal em não atrasar mais os pagamentos e a revisão dos valores pactuados.
A reportagem procurou o secretário de Gestão Pública, Marco Cito, para que manifestasse o posicionamento da prefeitura sobre o impasse, porém, não houve retorno das ligações.
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