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quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Experimentos sociológicos

Recebi o texto abaixo de uma amiga, daí fiz uma contraproposta...


Acho que o "experimento socialista" descrito abaixo teve um desvio grave de método. O professor poderia tentar um "experimento capitalista" fazendo uma segunda comparação concedendo notas "A" para alguns escolhidos por ele (e só ele) e os demais teriam nota C.

O critério para notas A poderia ser mais ou menos assim como o Obama fez pagando quase 1 Trilhão de dólares para "sanear" (em linguagem comum seria 'pagar o calote') de instituições financeiras falidas (evidentemente escolhidas por ele).

Daí estes premiados com letra A tentariam convencer aqueles escolhidos para ter a letra C que só eles deveriam estudar e fazer as provas, enquanto os de letra A permaneceriam concentrados tomando uns drinks na beira da piscina.

Ao final do curso, os letra A seriam agraciados por medalhas pelo excelente desempenho e fariam um agradecimento ao esforço de todos os "colaboradores" da turma, que permitiu que alcançassem tal objetivo.

Infelizmente os letra C não poderiam participar da festa, pois estariam trabalhando para pagar as mensalidades do curso, coisa que os letra A nem sabiam que existia, pois ganharam bolsas (concedidas pelo BNDES) pelo seu excelente desempenho.


É isso?
Abraço, Mario




Um experimento Socialista

Um professor de economia na universidade Texas Tech disse que ele nunca repetiu um só aluno antes mas tinha, uma vez, repetido uma classe inteira.

Esta classe em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e 'justo.' O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas em testes."

Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam 'justas.' Isso quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém repetiria. Isso também quis
dizer, claro, que ninguém receberia um A...

Depois que a média das primeiras provas foram tiradas, todos receberam Bs. Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Portanto, agindo contra suas tendências, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos. Como um resultado, a segunda média dos testes foi D.

Ninguém gostou.

Depois do terceiro teste, a média geral foi um F.

As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da
atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala.
Portanto, todos os alunos repetiram... Para sua total surpresa.

O professor explicou que o experimento socialista tinha falhado porque ele foi baseado no menor esforço possível da parte de seus participantes. Preguiça e mágoas foram seu resultado. Sempre haveria
fracasso na situação a partir da qual o experimento tinha começado.

"Quando a recompensa é grande", ele disse, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem seu consentimento para dar a outros que não batalharam por elas, então o fracasso é inevitável."


COMENTÁRIOS:

Vitor Moreschi

Prezado Mario

Excelente sua sugestão de comparar os dois sistemas, mas acho que nem seria necessário, pois o sistema que o professor implantou nada mais é do que o próprio sistema capitalista.

A primeira questão que se coloca pelos que se batem pela possibilidade de construir uma sociedade socialista, não é a preocupação de não se recompensar os mais esforçados, talentosos, criativos, dedicados etc, etc.
A preocupação é a de não se permitir que espertalhões vivam às custas do trabalho alheio.
O que esse professor fez foi justamente isso.
Estabeleceu um sistema em que alguns passaram à se benificiar do esforço dos outros .
Os "capitalistas" nessa turma eram os "coladores/gazeteiros/etc" e estes foram benificiados pelo sistema de média estabelecido pelo professor.
A diferença da classe com o Sistema Capitalista Oficial é que ali também o sistema faliu mas nesse caso não existiram as m edidas salvadoras como no caso dos Bancos.
O tal professor bem poderia ter continuado sua experiência definindo que para evitar a reprovação de alguns alunos, se tirasse uma porcentagem da nota dos outros alunos e que isso fosse acrescida à nota desses " eleitos" que assim não reprovariam.
E quem seriam esses eleitos já que ele aboliu o mérito ( esforço, dedicação) ?
Os eleitos bem poderiam ser os " Herdeiros" , os mais "bonitos", os "mais Fortes"... Estaria perfeita a construção desse " Sistema Capitalista", que o espertalhão do professor resolveu apresentar como se fosse uma experiência socialista .
Esse é o recurso que muitos dos que defendem o direito da exploração do homem pelo próprio homem sempre se valem para tentar confundir a discussão .
Apresentam valores capitalistas como se fossem socialistas.
Ou então se valem do exemplo daqueles que, em um sistema socialista, agiram como se capitalistas fossem ( co rruptos / autoritários, etc ) para justificar a impossibilidade de se construir um sistema social justo e solidario.

Um fraterno abraço, prezado Mário.

Vitor


Paulo Perna

Mário, é mais ou menos por aí.

E tem mais: essas ''experiências'' de socialismo - como a do tal professor - tem um sentido claríssimo: desacreditar qualquer aspiração a mudar o capitalismo...

Melhor ficar com o que temos por aí, pois mudar dá nisso: um descontentamento geral!!!!!

Espero, sinceramente, que numa escola socialista (ou algo similar), ninguém mais estude para ter notas!

Qual o sentido disso? Garantir um ''capital'' nas médias, como se isso fosse o resultado de um esforço pessoal, obscurecendo o fato de que estudar é ação necessariamente coletiva?!. Afinal, livros, salas, giz, multimídia, a formação do professor, etc., tudo isso já foi fruto do esforço de outras pessoas, portanto...

Quem estuda, deve estudar para ter acesso ao conhecimento acumulado pela humanidade, não para ser o primeiro da classe. Mas essa é a marca que a escola capitalista deixa nos estudantes. A lição da competitividade é, talvez, a que primeiro eles aprendem.

Daí, o sucesso da experiência!

Abraços

Paulo Perna





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