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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

New York Times: Evo é Stalin indígena


no Vi o Mundo

O texto abaixo serve como exemplo da cobertura tosca, sem pé nem cabeça e cheia de preconceitos que a mídia americana faz da América Latina. Aí eles lá em Washington ficam sem entender porque a grande maioria vota em Evo Morales:

Na Bolívia, uma força pela mudança persiste

por SIMON ROMERO e ANDRES SCHIPANI, no
New York Times

Published: December 6, 2009

LA PAZ, Bolivia — Apesar dos slogans e posters de Che Guevara, não estamos em Havana, 1969 ou Manágua, 1979. Em vez disso, o fervor nos escritórios do vice-ministro de Descolonização só poderiam existir na Bolívia do presidente Evo Morales, que parece navegar para a vitória nas eleições de domingo.

Os escritos em uma parede, literalmente em dois idiomas nativos -- Quechua e Aymara -- oferecem sinais de um movimento político que chacoalhou as instituições dessa nação empobrecida.

“Jisk’a Achasiw Tuq Saykat Taqi Jach’a P’iqincha", diz a mensagem na sala de Monica Rey, que explica que se trata de Aymara para o nome do novo escritório que ela dirige, a Diretoria para a Luta contra o Racismo.

"Estamos no processo de conquistar as mentes de nosso país e, ainda mais desafiador, seus medos", diz Rey, listando uma variedade de projetos, inclusive com a troca dos retratos que aparecem na moeda da Bolívia, tirando os homens brancos que sempre governaram para colocar heróis como Túpac Katari e Bartolina Sida, líderes de um revolta contra os espanhóis no século 18.

[Nota do Viomundo: Aqui o jornal espanta os leitores americanos com referências à -- horror!!! -- troca de homens brancos por índios na moeda boliviana.]

Com uma oposição profundamente enfraquecida e sua conexão visceral com a maioria indígena -- que representa mais de 60% da população -- Morales, 50, é provavelmente o mais forte líder nacional em décadas.

Ele venceu facilmente a reforma constitucional deste ano que deu a Morales o direito de concorrer a um novo mandato de cinco anos. Agora as pesquisas mostram Evo e seus apoiadores bem adiante na eleição de domingo. Está próximo de obter sólidas maiorias legislativas que dariam a ele o poder de moldar a nação como o primeiro presidente indígena.

A votação parecia transcorrer em calma na maior parte da Bolívia domingo, de acordo com entrevistas com eleitores aqui e reportagens de rádio nos centros de votação. "Evo deve ficar para terminar o que começou", disse Juan Carlos Garcia, 24, um vendedor ambulante de El Alto, o bairro pobre que cerca La Paz, antes de votar em uma seção eleitoral na manhã de domingo. "Os que não concordam devem ceder à vontade da maioria", ele acrescentou.

O sr. Morales votou no domingo de manhã na vila 14 de setembro, uma comunidade em Chapare, nas florestas centrais da Bolívia, uma região de plantio de coca que é um bastião de apoio ao presidente. Ele disse que os eleitores tinham o direito de decidir entre "o processo de mudanças ou o neoliberalismo", o termo que ele usa para atacar as políticas econômicas de mercado.

[Índio que tem apoio onde se planta coca!!! Perigo!!!]

Mas o domínio de Morales deu a ele alguns rivais inesperados, além das faces da oposição das elites tradicionais das terras baixas do leste. A crescente influência de Evo também parece opressiva para uma coleção de líderes políticos indígenas que estão tentando emergir da sombra de Evo.

[Evo, a sombra ameaçadora!!!]

"Esse governo existe para gastar dinheiro nas campanhas de Evo às custas do resto de nós", diz Felipe Quispe, 67, um índio Aymara que entrou na política depois de liderar uma insurgência guerrilheira nos anos 80 e de ser preso nos anos 90. "Evo é um índio vestido com roupas chiques, cercado por homens brancos e mestiços".

O icônico Quispe, que lidera um grupo radical com uma pequena porcentagem de eleitores, diz que os Aymaras, que representam um quarto da população da Bolívia de 9,8 milhões, deveriam rejeitar a ideia de a Bolívia formar uma Nação com os povos que falam Aymara do planalto do Peru. "Devemos nos desbolivianizar", ele disse.

[Os autores deixam implícito que Evo Morales seria o autor da ideia de juntar os Aymara da Bolívia e do Peru!!! Índio, cocaleiro e traidor da Pátria!!!]

Ricardo Calla, um antropólogo e ministro para assuntos indígenas em um governo anterior [Ops, que "governo anterior"? O do FHC], disse que assim como o sr. Quispe estava à esquerda do presidente, líderes indígenas emergiram em todo o espectro ideológico, sugerindo uma classe política mais variada do que a apresentada pela mídia estatal daqui.

No centro, por exemplo, está Savina Cuéllar, um governadora de província do sul da Bolívia. À direita está Victor Hugo Cárdenas, um ex-vice-presidente cuja casa foi atacada por uma multidão pró-Morales este ano. Ainda mais à direita está Fernando Untoja, um intelectual Aymara que disputa o Congresso na coalizão de Manfred Reyes Villa, um ex-capitão do Exército que está bem longe de Evo Morales, em segundo lugar na disputa.

[O New York Times acaba de se desmentir. Primeiro o jornal tentou nos convencer de que Evo fazia sombra a outros líderes indígenas. Depois, apresentou líderes indígenas de todos os partidos, nenhum dos quais fantoche de Evo!!! Mas só faz isso para poder culpar a mídia estatal boliviana -- que é minoritária -- de distorcer a realidade!!! Nem Ali Kamel faria melhor]

"O Evo em si", disse o sr. Calla, o antropólogo, "poderia ser considerado de esquerda autoritária". Contribuindo para essa classificação, ele argumentou, está a resistência de Morales em cooperar com outros partidos, ameaças de prender adversários e a celebração de seu governo em publicidade paga. O sr. Calla chamou a exuberante demonstração das conquistas de Morales "um culto à personalidade" em andamento.

[Simon Romero, o Cesinha da Bolívia: o índio cocaleiro e apátrida, insuflador da rebelião indígena, é um novo Stalin!!!]

Cambio, um jornal diário controlado pelo estado como o Granma em Cuba, criado por Morales este ano, oferece um exemplo dessa fanfarra. No principal artigo deste domingo, descreveu Porto Evo Morales, uma acampamento pioneiro no norte do país. Num caderno à parte um gibi contava "Evo: Do Povo e para o Povo", mostrando a ascensão de Evo da pobreza.

[O cara tirou o Granma do arquivo!!!]

Há razões concretas para a popularidade de Morales. [Os dois parágrafos seguintes explicam tudo!!!] O maior pode ser o crescimento sustentado da economia da Bolívia, aplaudido por economistas que estão impressionados com as reservas de mais de 7 bilhões de dólares em moeda forte, apesar do país enfrentar persistentes níveis de extrema pobreza.

Apesar da crise financeira e de uma queda nos ganhos com a exportação de gás, a economia da Bolívia deve crescer até 4% este ano, uma das taxas mais altas da região, ajudada pelo estímulo dos gastos em programas sociais para crianças, muheres grávidas e os mais velhos.

"Até o FMI está feliz com a economia da Bolívia; imagine a ironia disso", afirmou Gonzalo Chávez, um economista educado em Harvard [Isso acalma o leitor americano], se referindo às duras críticas de Morales às instituições multilaterais de Washington, como o Fundo Monetário Internacional.

Ainda assim, as tensas relações diplomáticas de Washington com o sr. Morales podem ser as piores do hemisfério, com exceção de Cuba, mesmo com o novo governo Obama. A Embaixada dos Estados Unidos aqui permanece sem embaixador depois da expulsão no ano passado de Philip S. Goldberg e as operações conjuntas para combater as drogas foram suspensas quando o sr. Morales acusou a Drug Enforcement Administration de espioná-lo.

O sr. Morales passou boa parte de uma entrevista coletiva com jornalistas estrangeiros esta semana criticando o acordo militar do governo Obama com a Colômbia e o apoio dos Estados Unidos às eleições presidenciais em Honduras. E ele parecia cético quanto a uma reconciliação, dizendo que um encontro com o presidente Obama seria "desejável mas não decisivo".

[Alguém já viu um candidato elogiar os Estados Unidos em véspera de eleição???}

A marca do sr. Morales na sociedade é evidente na cidade de Warisala, onde outro experimento, a universidade indígena Túpac Katari, se descortina no planalto da Nação.

[Índio cocaleiro, apátrida e ditador, faz "experimentos"]

O campus, com sua linda vista do pico Illampu coberto de neve, enfatiza a instrução em Aymara e ecoa o sentimento do partido do sr. Morales, o Movimento pelo Socialismo. Colocada em uma porta, uma nota diz que é compulsório para integrantes da equipe acadêmica e administrativa participar de um curso sobre "O Capital", de Karl Marx; correm o risco de serem punidos se não participarem.

[Onde é que já se viu estudar? Índio cocaleiro, apátrida e ditador, quer forçar as pessoas a estudar e ainda mais em um idioma exótico!!! Pelo banimento de Marx, já!]

"O que foi trazido pelos invasores europeus e seu sistema colonial", perguntou David Quispe, 37, que dá um curso sobre a visão de mundo andina.

"A exploração capitalista e racista", um grupo de estudantes responde em coro, tendo nas mãos o livro didático "Tese Indígena", de Fausto Reinaga.

"Aqui jovem indígenas estavam acostumados a ficar em silêncio", o sr. Quispe disse depois da aula. "Agora é hora deles começarem a falar".

[Nota do Viomundo: Antes do climax desse artigo os gestores do site correram para se esconder embaixo da cama. Chamem o general Custer]

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