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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Verba para suspeitos de caixa 2

Empresa citada no inquérito do mensalão do DF ganha contrato no governo Arruda

De Leila Suwwan:

O governo do Distrito Federal contratou por quase R$ 300 milhões, sem licitação, uma empresa suspeita de participar do esquema de arrecadação paralela do qual o governador José Roberto Arruda (ex-DEM) é acusado de fazer parte.

Com recursos federais do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica), a secretaria de Educação do DF terceirizou, na prática, o ensino científico das escolas públicas para a Sangari do Brasil (vinculada ao Instituto Sangari), citada no inquérito da Operação Caixa de Pandora como financiadora do suposto caixa dois de Arruda.

Segundo o ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, principal testemunha da investigação, a empresa se aproximou de Arruda por meio de Renato Malcotti, lobista e amigo do governador.

Em depoimento, Durval disse ter sido apresentado ao empresário Ben Sangari em 2006, quando ouviu a promessa de um "retorno compensador" para a campanha de Arruda se sua empresa fosse contratada pelo GDF após a posse.

Posteriormente, em um dos vídeos gravados por Durval quando já integrava o governo Arruda, Malcotti afirma que atua no governo para "ajudar" a Sangari. Em conversa sobre a cobrança de propina de fornecedoras do GDF, Durval questiona Malcotti:

— Como é que tá lá a operacionalização das outras coisas dentro da Saúde? O que você está operando?
Malcotti nega atuação na Saúde, mas afirma:

— A única que ajudo é a Sangari.

Após a posse de Arruda, a secretaria de Educação começou a preparar a contratação do Instituto Sangari, com licitação. O procedimento foi questionado pela Procuradoria Geral do Distrito Federal, devido a sua obscuridade e a indícios de direcionamento.

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