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domingo, 3 de outubro de 2010

Mané travestido de 'Bom moço'? Ou 'Bom moço' travestido de Mané?

Na foto o boneco 'Playboy' que tem feito fiasco em suas aparições na campanha 2010



A estratégia da campanha do candidato Beto Richa, PSDB, de censurar através da Justiça, todas as pesquisas dos três maiores institutos do País às vésperas das eleições no Paraná, já marcou a carreira dele, sepultou a imagem de bom moço e de herdeiro das convicções democráticas do pai, José Richa e interrompeu a ascensão que vinha se consolidando como uma das novas lideranças nacionais do PSDB, no pós Serra, FHC etc, etc, ao lado do mineiro Aécio Neves.

As análises políticas, as reportagens e a forma como Beto Richa vem sendo apresentado nos últimos três, quatro dias, por toda a imprensa nacional, deixam isso muito claro. O colunista Fernando Barros e Silva, da “Folha de São Paulo” escreveu nessa sexta-feira um artigo sob o título  ”Zé Mane & Richa”, onde afirma: ” e por falar em Mané, o candidato  Beto Richa  vem contando com a mão da Justiça do Estado para barrar a divulgação das pesquisas eleitorais…”

Outros termos citados pelo mesmo colunista vão de “tacanho” a “provinciano” e isso, a despeito do resultado das eleições de Domingo, arrasa com a imagem tão bem construída do ex-prefeito curitibano, um político que sempre se apresentou como da nova geração, moderno, protagonista de um jeito transparente de fazer política. Ou seja, o tal “choque de gestão”, que ele  aplicou na prefeitura de Curitiba e tomou como mote dessa campanha para o Governo, se transformou num “choque de empulhação” dada a diferença quilométrica entre a pregação e a ação.
Perder uma eleição não derrotaria o político Beto Richa, mas a censura de pesquisas em plena vigência das liberdades fundamentais no País o reduz a um homem jovem com idéias (ruins) do passado. E isso, sim, marcará a trajetória dele daqui pra frente.



Duas questões chamam a atenção de todo mundo quando se olha para a história política traçada pelo candidato Beto Richa, PSDB:

  1. Ao pedir à Justiça a censura de informações para os eleitores sobre dados de pesquisas oficiais, devidamente registradas no Tribunal Regional Eleitoral, e comprometer a lisura do processo eleitoral, o candidato esqueceu de quem é filho, não honrou o nome do pai, José Richa, um democrata essencial, num tempo em que ser democrata já era um indício claro para aparecer nas fichas do antigo e tenebroso DOPS da ditadura como “perigosos". 
  2. Ao dizer que “não tem nada a ver com isso”, que foi uma decisão dos advogados da campanha eleitoral, deixou-se conduzir por tudo aquilo que mais tentou disfarçar durante os últimos 3 ou 4 meses, ou seja, que é um teleguiado por terceiros, sejam eles assessores muito próximos, ou advogados.


E as notícias da censura no Paraná continuam e vão continuar nas manchetes pelo País afora. Nessa quinta-feira, rádios como a rede CBN, Band News e blogs dos principais colunistas brasileiros discutiam o assunto. Josias de Souza , da Folha Uol, por exemplo,acusou o candidato Beto Richa de deixar o próprio partido, o PSDB, sem discurso, exatamente num momento em que a chamada elite pensante brasileira, atiçada pelos tucanos, está de cabelo em pé porque o presidente Lula deu uns gritinhos contra a chamada grande imprensa.
Nunca na história desse Estado passamos um vexame eleitoral como esse.

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