Páginas

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Da série "Delícias do Capitalismo": Meninos e meninas da CNI ficam sem salário

Em casa de ferreiro, espeto é de pau

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) repudia o uso de mão de obra escrava em todo o Brasil... menos dentro dela mesma (!).
Há um mês, os mensageiros (conhecidos também como "boys" ou "garotos de recado") não recebem seu salário. Os jovens, que ganham no máximo R$ 600, são empregados da firma BSI do Brasil, fornecedora da mão de obra terceirizada para a CNI.
A BSI enfrenta há dois anos problemas financeiros e de gestão que culminaram com o sumiço no soldo das dezenas de rapazes e moças, que sobem e descem diversas vezes por dia -muitas vezes a pé- os 17 andares do suntuoso prédio da Confederação Industrial mais poderosa da América Latina.
Na manhã desta quinta-feira (11), os "boys" (e "girls") receberam a seguinte informação ao chegar para trabalhar na CNI:
"A CNI não tem a menor responsabilidade pela falta de pagamento. Quem quiser ir para casa porque está sem salário, não precisa voltar depois. Quem tiver juízo e paciência continuará com suas atividades porque o que não falta é gente procurando emprego na CNI".
Sem opção, esperança e muito menos orientação quanto a seus direitos, a maioria ficou.
A CNI não sabe -ou faz "que não sabe"- que a partir do momento que o fornecedor de mão de obra descumpre suas obrigações com os trabalhadores, a responsabilidade recai sobre quem fez a contratação da empresa terceirizada.
Começa assim a gestão do engenheiro e empresário do setor elétrico Robson Braga de Andrade à frente da entidade que se soma às vozes daqueles que asseguram que aumentam quantitativa e qualitativamente os empregos País afora... menos para os garotos e garotas da CNI.

Nenhum comentário:

Postar um comentário