Agência Estado via boletim do NEMS-PR
Nada de esculturas cobiçadas e quadros de pintores consagrados. A grande atração no Museu da USP, em cartaz a partir de hoje, são as embalagens de doces. Sim, esses objetos simples, que geralmente são descartados, ganham vez na "Mostra Papel de Bala", que reúne 206 rótulos e embalagens de balas, bombons, pirulitos e chicletes que já saíram de circulação há décadas e outros que são consumidos até hoje. A ideia dos organizadores não é apenas despertar lembranças nos visitantes, mas tocar em três questões fundamentais: os sabores preferidos de cada geração, a transformação das embalagens e a mudança de costumes.
O curador da mostra, Ricardo Bogus, diz que a mudança de valores da sociedade interfere diretamente nos produtos. Caso do famoso chocolate em formato de cigarro da Pan, lançado em 1959 e que foi considerado inadequado para crianças em 1996. O produto se transformou no atual Chocolápis. E do Kit Tiazinha - em referência à sensual personagem vivida por Suzana Alves no final dos anos 1990 - que trazia máscara e pirulitos em forma de coração. "Hoje, com certeza, este produto seria proibido pelo Ministério Público", diz Bogus.
Além disso, segundo o curador, houve uma alteração na preferência de sabores. "Banana, anis e castanha eram muito procurados e hoje não são mais". Segundo o curador da mostra, as variações mais bruscas são notadas nas embalagens. "Nos rótulos de chocolates sempre tinha uma vaquinha holandesa ou malhada, e ursos polares. Hoje são embalagens mais vivas, limpas e que se preocupam com as informações calóricas", explica.
Todas as embalagens da mostra fazem parte da coleção do arquiteto e professor de história da arte Egydio Colombo Filho. Em pouco mais de 30 anos, ele adquiriu 5.266 rótulos de produtos variados produzidos na segunda metade do século 20, no Brasil e no Exterior. As informações são do Jornal da Tarde.
Mostra Papel de Bala - De hoje a 20 de março. Terça a domingo, das 9h às 17h. Museu Paulista da USP (Parque da Independência, s/nº, Ipiranga). Tel. (011) 2065-8001. R$ 6 e R$ 3 (meia-entrada).
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