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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Paulistano espera até 166 dias por cirurgia na rede pública

Quem precisa marcar uma consulta na rede pública de saúde tem de enfrentar, em média, uma espera de 61 dias

Os dados impressionaram o frade dominicano e escritor Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, que fez palestra no evento de divulgação dos dados. Segundo ele, a questão "é muito grave". "É uma via-crúcis uma pessoa que não tem plano de saúde ser atendida em São Paulo. A verdade é que está havendo uma progressiva privatização da saúde no Brasil. São 44 milhões de brasileiros que têm plano privado, quando saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado", afirmou.

O tema saúde não apresentou melhora na avaliação do paulistano de 2009 para 2010 - o índice de satisfação, numa escala de 1 a 10, foi de 5,1, abaixo da média de 5,5 geral do Irbem, que aborda 25 áreas. Entre os 14 indicadores relativos à saúde, "tempo médio entre a marcação e a realização de consultas" teve média 3,4, leve decréscimo em relação à sondagem anterior, de 3,7. Já "tempo médio entre a marcação e a realização de procedimentos mais complexos (cirurgias e exames especializados)" recebeu nota 3,7. O item mais bem avaliado foi "campanhas de vacinação", com índice 7.

Os serviços mais procurados foram distribuição gratuita de medicamentos (52%), atendimento ambulatorial (56%), consultas com especialistas (36%) e atendimento de emergência (27%). A sondagem mostra ainda que a rede de saúde pública da capital paulista está próxima a quase todos os habitantes da cidade - 91% têm posto de saúde próximo à sua casa, 80% têm pronto-socorro e 77%, hospital público. Além disso, o levantamento indica que a satisfação dos usuários com a efetiva prestação dos serviços é alta: todos os 22 serviços analisados, desde atendimento ambulatorial a socorro por ambulância, ficaram acima da média do setor.

Wladimir D'Andrade

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