Quem precisa marcar uma consulta na rede pública de saúde tem de enfrentar, em média, uma espera de 61 dias
Os dados impressionaram o frade dominicano e escritor Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, que fez palestra no evento de divulgação dos dados. Segundo ele, a questão "é muito grave". "É uma via-crúcis uma pessoa que não tem plano de saúde ser atendida em São Paulo. A verdade é que está havendo uma progressiva privatização da saúde no Brasil. São 44 milhões de brasileiros que têm plano privado, quando saúde é um direito do cidadão e um dever do Estado", afirmou.
O tema saúde não apresentou melhora na avaliação do paulistano de 2009 para 2010 - o índice de satisfação, numa escala de 1 a 10, foi de 5,1, abaixo da média de 5,5 geral do Irbem, que aborda 25 áreas. Entre os 14 indicadores relativos à saúde, "tempo médio entre a marcação e a realização de consultas" teve média 3,4, leve decréscimo em relação à sondagem anterior, de 3,7. Já "tempo médio entre a marcação e a realização de procedimentos mais complexos (cirurgias e exames especializados)" recebeu nota 3,7. O item mais bem avaliado foi "campanhas de vacinação", com índice 7.
Os serviços mais procurados foram distribuição gratuita de medicamentos (52%), atendimento ambulatorial (56%), consultas com especialistas (36%) e atendimento de emergência (27%). A sondagem mostra ainda que a rede de saúde pública da capital paulista está próxima a quase todos os habitantes da cidade - 91% têm posto de saúde próximo à sua casa, 80% têm pronto-socorro e 77%, hospital público. Além disso, o levantamento indica que a satisfação dos usuários com a efetiva prestação dos serviços é alta: todos os 22 serviços analisados, desde atendimento ambulatorial a socorro por ambulância, ficaram acima da média do setor.
Wladimir D'Andrade
Nenhum comentário:
Postar um comentário