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segunda-feira, 21 de março de 2011

Improviso e falta de informação nos postos de saúde de Curitiba


Filas, improviso, falta de informação. É isso que os curitibanos encontram nas unidades de saúde de Curitiba, principalmente nos bairros mais afastados. A reportagem do Jornal do Estado esteve em algumas unidades na semana passada e encontrou muitas reclamações entre os pacientes.
Na Unidade de Saúde Alvorada, no bairro Uberaba, o mato alto no entorno do posto dá a sensação de abandono sentida pelos usuários que, dentro da unidade, reclamam da longa espera para receber o atendimento. O vigilante Luiz Carlos dos Santos estava impaciente do lado de fora, já que estava desde as 6 horas da manhã no posto, com a filha de três anos doente. A previsão de atendimento era às 11 horas da manhã. “Minha filha está com febre e há cinco meses espero uma consulta com um otorrinolaringologista para ela. Como está demorando já fui atrás de médico particular, mas a consulta custa R$ 180,00 e não tenho condições de pagar. O pior é saber que vamos esperar todo este tempo para ter receitado um remédio contra a febre que podemos comprar na farmácia. Saber de fato o que ela tem eu não vou saber hoje. A verdade é que a situação da saúde em Curitiba está triste”, lamenta o vigilante.
No Centro de Especialidades Médicas do Bairro Novo, no bairro Sítio Cercado, outros casos graves. A fila de pessoas que esperavam atendimento por volta das 6 horas da manhã dobrava esquina e os pacientes informavam que a situação era comum. A jovem Angélica dos Santos é mãe de dois filhos e está desempregada. Com medo de engravidar novamente, ela procura um ginecologista na unidade de saúde há três meses, sem sucesso. “Eu quero implantar um DIU [Dispositivo Intrauterino] para não engravidar de novo. Como preciso estar no período certo, já vim algumas vezes até o posto, mas nunca encontro o médico. Já ouvi respostas de que ele tinha faltado por problemas pessoais e hoje ele não veio porque estava em um congresso. Tenho medo de engravidar novamente”, afirma Angélica. O DIU é uma pequena peça de plástico recoberta com cobre que é colocado dentro do útero. O Dispositivo Intrauterino é tão eficiente quanto à pílula, de acordo com especialistas, e é uma boa escolha para aquelas mulheres que já tem filhos e que desejam espaçar a próxima gravidez por mais de dois anos.
Ainda na mesma unidade o metalúrgico Ronaldo Ribeiro se deparava com duas notícias: uma boa e outra ruim. Depois de um longo tempo de espera para matricular a filha de quatro anos em uma creche, ele conseguiu uma vaga, mas temia não conseguir efetuar a matrícula porque não conseguia fazer um exame médico da filha. “Eu preciso dessa avaliação para por minha filha na creche. Estou tentando a semana inteira por uma consulta simples, de rotina, e não consigo. Hoje cheguei às 7 horas da manhã e não tem mais senha para hoje. Vou acabar tendo que pagar por essa consulta para não correr o risco de perder a vaga”, critica.


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