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segunda-feira, 14 de março de 2011

Sobre lobões tomando conta de galinheiros...

no Informe JB
Dilma Rousseff, endureceu o jogo com a mineradora Vale. Ou ela paga R$ 7 bilhões em tributos devidos, ou perderá a sua mais lucrativa lavra de licença de exploração, a de Carajás - que, aliás, até esta sexta estava suspensa judicialmente.

Dilma incumbiu seu ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, de tratar do assunto. Aí surge das profundezas do subsolo eleitoral um agravante. Reeleito senador pelo Maranhão, Lobão recebeu da mineradora nada menos que R$ 2 milhões em doação para a campanha, segundo a revista. O dinheiro foi depositado para o PMDB há poucos dias, e repassado para... Edison Lobão. 

Cabe a mais normal pergunta de um cidadão: e como fica nessa contabilidade a conta da receita da União, tutelada pela chefe do ministro?

Recentemente, outro caso claro de conflito de interesses desembarcou sem turbulências no subconsciente dos políticos opositores e aliados do governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). Ele viajou com a família para Nova York em janeiro no jatinho do dono da fábrica de calçados Grendene, que tem três unidades no estado administrado por Gomes. Até aí, nada demais. A polêmica é que o empresário, que também doou para a campanha de Gomes, ganhou recentemente do governo estadual uma isenção fiscal por mais 15 anos. Num país com uma oposição séria, um claro caso de impeachment.

No carnaval, um infortúnio incidente com um helicóptero em que estava a filha do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) trouxe à tona um episódio comum na política nacional: a omissão de bens da Receita Federal. A aeronave, como denunciou esta coluna, prefixo PR-ELO, não foi declarada na relação de bens do então candidato. Detalhe, o ego o entrega: o prefixo ELO é de Eunício Lopes Oliveira.

No meio da semana passada, a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF) surgiu nos sites e na TV como a mais nova estrela dos vídeos de Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do DF na gestão de José Roberto Arruda e ex-chefe da Companhia de Desenvolvimento e Planejamento do DF, que, na função dos dois cargos, há anos pagava mensalão a autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, no chamado mensalão do DEM. Jaqueline pega um maço de R$ 50 mil, na campanha de 2006. Em nota divulgada, diz que foi vítima e que o sistema político precisa de uma reforma urgente.

Na mesma Câmara dos Deputados onde Jaqueline será investigada - assim se espera - a Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Casa, será comandada pelo deputado federal reeleito João Paulo Cunha (PT-SP), denunciado na esteira do mensalão petista de 2005, réu no STF e ainda hoje na condição de suspeito, alçado ao cargo atual sem qualquer constrangimento do seu partido, e com salvas de palmas.

Diante desses gritantes e recentes casos, o que surge aos olhos da população como um escárnio desrespeito ao cidadão que preza pela ética, figura na lista rotineira dos supracitados como algo comum respaldado pelo poder que lhes é concebido.

Em voga no Congresso, a esperada Reforma Política deveria começar pela ética. Da consciência dos que acham que a prezam.

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